De acordo com um novo estudo, os golfinhos têm traços de personalidade semelhantes aos dos humanos e aos dos primatas, apesar de evoluírem em ambientes completamente diferentes.
A pesquisa, que analisou 134 golfinhos-nariz-de-garrafa mantidos em cativeiro, ajudou os especialistas a entender de que forma certos traços da personalidade humana se desenvolveram independentemente dos ambientes onde estes animais se inseriam.
Apesar dos golfinhos terem evoluído num meio totalmente diferente dos primatas e dos seus ancestrais, o estudo identificou traços de personalidade que os humanos e os golfinhos têm em comum. Destacaram-se a curiosidade e a sociabilidade.
Blake Morton, autor principal do estudo, explica que “os golfinhos, tal como muitos primatas, têm cérebros consideravelmente maiores do que o necessário para as funções corporais básicas, sendo que esse excesso de matéria cerebral aumenta a sua capacidade de serem inteligentes, e as espécies inteligentes costumam ser muito curiosas”.
A equipa escolheu os golfinhos para fazer o estudo porque, tal como os primatas, são animais inteligentes que vivem em grupos sociais, mas são muito diferentes em muitos outros aspetos, revela o The Independent. “A maioria das pesquisas foram feitas em primatas, então decidimos fazer algo diferente e olhar para os golfinhos”, refere o especialista da University of Hull.
Morton salienta que já se sabia “há algum tempo que os golfinhos são semelhantes a nós em outros aspetos – por exemplo, podemos observar espetáculos de golfinhos na televisão e ver que são claramente inteligentes e sociáveis“, por isso é normal que “vejamos essas características refletidas no nosso próprio comportamento“.
O professor acrescenta que não pretende que se interprete que os humanos e os golfinhos têm os mesmos traços de personalidade, pois não têm, destacando que apenas se assemelham.
Para a pesquisa, os autores recolheram dados de 56 golfinhos machos e 78 fêmeas, e avaliaram a personalidade de cada golfinho através de questionários realizados por toda a equipa.
O estudo foi publicado no Journal of Comparative Psychology em janeiro de 2021.