Comandante da GNR suspeito de mandar subalternos libertar detido e devolver droga apreendida

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Oscar in the middle / Flickr

O comandante terá ainda perdoado multas e intimidado e retalidado contra os subordinados que não cumprissem as ordens.

Um ex-comandante do posto territorial da GNR de Armação de Pêra, no Algarve, enfrenta 11 acusações criminais, incluindo abuso de poder, perseguição, coação e denegação de justiça, por condutas supostamente ocorridas em 2019.

O sargento, agora aposentado, terá favorecido suspeitos e ameaçado subordinados para assegurar o cumprimento de ordens irregulares, segundo o Ministério Público (MP). Um cabo da GNR também foi acusado por envolvimento em parte dos episódios, escreve o Público.

Entre as acusações está a ordem do ex-comandante para libertar um suspeito de posse de droga e devolver os estupefacientes apreendidos à residência onde foram encontrados. Os guardas em patrulha recusaram cumprir a ordem. O sargento também terá favorecido a proprietária de um veículo estacionado irregularmente, ordenando que o carro fosse desbloqueado sem pagamento imediato, ameaçando os militares com sanções disciplinares caso não obedecessem.

Além disso, o ex-comandante é acusado de atuar por vingança contra subordinados que questionaram suas ordens, incluindo impedir a entrada de um militar no posto e ordenar uma revista ao seu quarto na sua ausência. O MP relata ainda que o sargento teria ameaçado um superior hierárquico durante uma diligência processual, comportamento que resultou na imputação de coação.

O cabo envolvido no caso é acusado de falsidade de testemunho e denegação de justiça por apoiar o ex-comandante em algumas situações descritas. Apesar da gravidade das acusações, ambos os militares aguardam a decisão judicial e não sofreram penalizações disciplinares até o momento. O cabo permanece em serviço no Comando Territorial de Faro.

A investigação também apontou que o sargento utilizava a sua posição para perdoar multas e interferir em procedimentos administrativos, beneficiando terceiros de forma irregular. Uma das proprietárias favorecidas teria sido incentivada a relatar falsos comportamentos inadequados dos militares que recusaram cumprir as ordens do comandante.

O MP também acionou o Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados para avaliar a conduta do advogado que representava o sargento, devido a declarações feitas durante as diligências.

ZAP //

3 Comments

  1. Disso, do tipo do relatado e de muito mais, façam-se investigações sistemáticas ao que se passa nos postos da GNR de norte a sul do país, a começar pelo mais interior do Alto Minho. E preparem-se os portugueses mais distraídos e mais ingénuos para verdadeiros choques de realidade.
    Porém falta coragem a quem manda e aos que sabem das situações ( política à mistura é porcaria garantida).

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