/

Agente da GNR suspeito de espancar imigrantes é dirigente sindical

2

Oscar in the middle / Flickr

Um dos militares da GNR acusados de espancarem dois trabalhadores imigrantes em Odemira pertence à direção da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG).

O caso relativo a outubro do ano passado aconteceu durante um jantar num restaurante em Odemira, no Alentejo. Os trabalhadores agrícolas, de origem indiana, estavam também presentes no restaurante e, alegadamente, reclamaram de atrasos no pagamento dos salários e da extensão dos horários de trabalho.

A situação descambou e o agente da GNR presente no restaurante chamou três colegas ao local para o ajudar a lidar com a situação. Na sequência disso, os imigrantes foram violentamente espancados, sendo que um deles teve mesmo de receber tratamento hospitalar.

Na mesma noite, os militares da Guarda Nacional Republicana são ainda suspeitos de ter invadido as casas de outros trabalhadores agrícolas. Além disso, são acusados de os terem agredido e mantido sequestrados. Segundo o Público, a Polícia Judiciária de Setúbal está a investigar o caso e já deteve os cinco agentes suspeitos.

Os agentes da GNR prestavam serviços nos postas de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Portalegre e Chamusca. “Encontram-se indiciados pela comissão dos crimes de ofensa à integridade física qualificada, sequestro agravado e violação de domicílio por funcionário, factos praticados no início de outubro do ano transato, no concelho de Odemira”, disse a PJ em comunicado.

Entre os cinco agentes suspeitos está André Ribeiro, dirigente sindical da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda desde maio do ano passado. O vice-presidente do sindicato, Adolfo Clérigo, mostrou-se preocupado com a situação, mas não se desenvolveu muito mais em relação ao assunto, recusando comentar em relação ao facto do agente pertencer à direção da ASPIG.

Também César Nogueira, presidente da Associação Profissional da Guarda não prestou declarações significativas em relação ao assunto. “Por uma questão de ética prefiro não tecer comentários em virtude de, de acordo com o que foi noticiado, estar envolvido um dirigente de outra associação”, disse, citado pelo DN.

Os agentes vão conhecer as medidas de coação, esta quinta-feira, quando presentes a um juiz, no Tribunal de Odemira.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. Como se não bastasse que os trabalhadores nepaleses sejam constantemente escravizados e maltratados. Um povo humilde , trabalhador e respeitador. As nações unidas deviam olhar para o nepal com mais responsabilidade pelo que a india tem feito a este país. Se não fosse a proximidade da china, a india já tinha engolido o nepal. Curiosamente o mapa do nepal é semelhante ao nosso mas encontra-se na horizontal. Graças a estes trabalhadores a agricultura em portugal está em crescimento. E os donos das quintas têm cada vez melhores carros de luxo.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.