Carlos Ghosn, que foi detido em novembro de 2018 no Japão por má gestão, vai ser interrogado no Líbano por inspetores franceses.
O ex-administrador da Renault-Nissan Carlos Ghosn, que se encontra exilado no Líbano, disse esta segunda-feira que vai ser interrogado no país por inspetores franceses sobre eventuais irregularidades e desafiou as autoridades japonesas a fazer o mesmo.
Ghosn, de 66 anos, dirigiu a empresa de fabrico de automóveis Nissan durante duas décadas e foi detido em novembro de 2018 no Japão por má gestão, tendo sido também acusado de ter beneficiado dos bens da companhia
No entanto, o empresário, de nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, nega as acusações e fugiu do Japão em dezembro de 2019, encontrando-se em Beirute e sendo alvo de um mandado de captura da Interpol, apesar de a extradição do Líbano para o Japão não ser possível por falta de acordos entre os dois países.
Além das acusações de que é alvo no Japão, Carlos Chosn está também indiciado em França pelos crimes de evasão fiscal, fraude, lavagem de dinheiro e uso indevido de ativos da empresa.
Citado pela agência AFP, Carlos Ghosn confirmou que durante este mês um grupo de investigadores franceses irá deslocar-se ao Líbano para o interrogar sobre os crimes de que é suspeito e questionou o facto de as autoridades japonesas não fazerem o mesmo.
“Agora que os franceses têm acusações estão vindo e vão-me questionar. Já os japoneses não estão fazendo isso”, afirmou, reiterando que todas as acusações de que é alvo “são falsas”.
A Justiça francesa abriu duas investigações relacionadas com eventuais irregularidades financeiras entre 2009 e 2020 cometidas pelo antigo administrador da Renault-Nissan
Uma das investigações diz respeito a transações suspeitas entre a Renault e um distribuidor em Omã, bem como pagamentos suspeitos de viagens privadas e eventos pagos pela holding holandesa RNBV.
Outra investigação incide em suspeitas de uso indevido de fundos da empresa para uma festa de Carlos Ghosn em Versailles.
// Lusa