Os gatos sempre estiveram associados à mística e ao folclore, mas agora, os cientistas acrescentaram mais uma camada à sua natureza enigmática.
Investigadores australianos descobriram que os gatos domésticos, juntamente com 125 outras espécies de mamíferos, têm a capacidade de brilhar no escuro quando expostos a luz ultravioleta (UV).
Este fenómeno já tinha sido anteriormente observado em vários animais, incluindo os humanos. No entanto, a extensão desta capacidade em diferentes espécies permaneceu desconhecida até este novo estudo.
Os cientistas levaram a cabo a sua investigação analisando a coleção de espécimes de mamíferos de um museu para determinar quantos deles fluoresciam à luz UV. Surpreendentemente, descobriram que 125 espécies apresentavam esta capacidade, abrangendo todas as 27 ordens de mamíferos.
A fluorescência era mais comum e intensa nas espécies notívagas, bem como nas espécies com hábitos terrestres, arbóreos e fossoriais, em que mais partes do corpo emitiam luz. O objetivo desta capacidade fluorescente nos mamíferos não é claro, mas acredita-se que sirva como uma forma de sinalização visual, particularmente entre as espécies notívagas.
Existem várias formas de fluorescência, explica o The Telegraph, todas envolvendo a absorção de luz e a emissão de baixo nível, o que cria um efeito de brilho. Especula-se que esta caraterística possa ajudar os animais da mesma espécie a comunicar, mas é necessária mais investigação para confirmar o seu papel na natureza.
O fenómeno da fluorescência nos mamíferos está documentado desde 1911, quando se descobriu que o cabelo humano emitia luz UV. Estudos identificaram espécies individuais com esta capacidade, mas esta investigação representa um estudo abrangente sobre a prevalência da fluorescência em diferentes espécies de mamíferos.
Os mamíferos mais fluorescentes tendem a ser brancos ou amarelos pálidos, como o urso polar. Algumas espécies apresentaram fluorescência em áreas específicas, incluindo pelo, penas, bigodes, garras e dentes.
A investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade de Curtin, em Perth, foi publicada na revista Royal Society Open Science.