Acordo de cinco anos chegou ao fim. Há mais de 30 anos que a Ucrânia era fundamental no transporte de gás russo para a Europa.
Chegou ao fim um pacto histórico entre Ucrânia e Rússia, mais concretamente entre o sistema ucraniano de transporte de gás natural e a empresa russa Gazprom.
Há mais de 30 anos, desde 1991 (ano da independência), que a Ucrânia era fundamental para o transporte de gás russo para a Europa. 2025 começou e isso mudou.
A Ucrânia suspendeu hoje, às 05:00 de Lisboa, o transporte de gás natural russo através do seu território, tal como tinha avisado, no âmbito do fim do contrato, anunciou o operador de gás ucraniano (GTS).
“Às 07:00 [locais, 05:00 em Lisboa] do dia 01 de janeiro de 2025, o Acordo de Interação entre a GTS e a Gazprom para pontos físicos de interligação entre os sistemas de transporte de gás da Ucrânia e da Rússia, datado de 30 de janeiro, expirou”, explicou o operador, em comunicado.
“Assim, o transporte de gás natural do ponto de entrada de Sudzha, na fronteira leste da Ucrânia, para os pontos de saída nas fronteiras oeste e sul foi encerrado”, adianta o GTS, sublinhando que os parceiros internacionais foram informados.
O contrato de fornecimento de gás era uma fonte de receitas multimilionárias para a Rússia, que permitia à empresa Gazprom exportar para a Áustria, a Hungria, a Eslováquia e a Moldova, mas também significava cerca de 700 milhões de dólares (cerca de 672 milhões de euros) por ano para a Ucrânia.
A decisão foi explicada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, numa declaração feita em Bruxelas no dia 19 de novembro, quando afirmou recusar que a Rússia continua “a ganhar milhões” enquanto mantém uma política de agressão ao seu país.
A Rússia garantiu, no entanto, que vai sobreviver ao encerramento da passagem do seu gás pela Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que a Gazprom será capaz de lidar com a perda do trânsito do produto pela Ucrânia, disse numa conferência de imprensa realizada na terça-feira.
“Nós sobreviveremos, a Gazprom sobreviverá”, afirmou, referindo, no entanto, que sempre defendeu a “despolitização das questões económicas” e alertando que o preço dos combustíveis irá aumentar.
Refira-se que a Rússia continua a exportar gás natural para a Europa, através da Turquia. O negócio com a TurkStream tem duas vias de transporte: uma para o mercado interno turco, outra para países europeus como Hungria e Sérvia.
Fontes da Comissão Europeia garantiram que o impacto desta nova situação “será limitado” no abastecimento da União Europeia.
Para a Europa, a perda do fornecimento de gás russo barato contribui para uma grande desaceleração económica, um aumento na inflação e um agravamento da crise do custo de vida, mas os países europeus têm sido rápidos em encontrar fontes alternativas de energia.
Já a Ucrânia não terá grandes problemas, já que tem gás suficiente para o consumo interno.
A Gazprom, que já foi a maior exportadora de gás do mundo, registou um prejuízo de cerca de 6,5 mil milhões de euros em 2023, naquele que foi o seu primeiro ano sem lucros desde 1999.
Avisos eslovacos
As maiores queixas estão a surgir da Eslováquia. Na sexta-feira, o primeiro-ministro Robert Fico avisou: “Depois de 1 de janeiro iremos considerar a situação e as possibilidades de medidas recíprocas contra a Ucrânia”.
Mais concretamente: “Se isto se tornar inevitável, interromperemos o fornecimento de eletricidade, de que a Ucrânia necessita urgentemente em caso de cortes na rede, ou chegaremos a acordo sobre outro tipo de ação”.
Já nesta manhã, o primeiro-ministro da Eslováquia disse que este corte vai ter um “impacto drástico” no seu país.
Em novembro, a Eslováquia assinou um contrato com o Azerbaijão para importar gás natural deste país asiático.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
-
1 Janeiro, 2025 Prejudica a Europa e preços vão subir: o “tiro no pé” da Ucrânia
-
Fim de receita multimilionária: gás natural russo já não chega à Europa pela Ucrânia. Rússia sobrevive?
-
30 Dezembro, 2024 Rússia recusa contingente europeu de paz na Ucrânia
Mais aumento de preços para os europeus..! Mais empresas a falirem e mais recessão..! Não vejo nada de positivo nisto..!
NEM vou comentar as PARVOÍCES QUE DISSE À CUSTA DO POVO UCRANIANO SOFREDOR!