Gangues estão a financiar espiões russos com contrabando de cigarros e heroína

Gangues de crime organizado apoiados pela Rússia estão a expandir operações e a usar as receitas do contrabando de heroína e cigarros para financiar os serviços de inteligência do país.

No início de setembro, a alfândega belga e a polícia federal desmantelaram uma rede de contrabando com sede na Bielorrússia que tinha enviado 57 milhões de cigarros e 48 toneladas de tabaco cortado para fábricas ilegais na Bélgica, com destino à venda em toda a União Europeia.

Vários funcionários da NATO e da União Europeia acreditam que a operação maciça foi levada a cabo pelas inteligências bielorrussa e russa como forma de substituir as receitas operacionais perdidas pelas sanções impostas pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia, avança a VICE.

Também no final de maio, as autoridades lituanas desmantelaram duas fábricas de cigarros falsas administradas por gangues que acredita estarem a trabalhar diretamente para o FSB, o principal sucessor da KGB da URSS.

“O tabaco é fácil e de baixo perfil em comparação com as drogas ilegais e os riscos são menores quando capturados”, disse um funcionário da Polícia Federal belga.

“Mas o que vimos desde as sanções relacionadas com a Ucrânia é um apoio ainda mais evidente para essas operações de instalações governamentais na Bielorrússia e na Rússia. A máfia costumava pagar aos governos por proteção, agora parece que se tornou uma maneira de recolher dinheiro vivo, para substituir o rendimento perdida pelas sanções”, acrescentou, citado pela VICE.

Só em 2022, as autoridades belgas já encontraram cinco locais de produção ilegal de tabaco e 15 armazéns em todo o país, confiscando mais de 274 milhões de cigarros, 88 toneladas de tabaco cortado, 65 toneladas de tabaco para cachimbo de água e 40 toneladas de folhas de tabaco.

ZAP //

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