O gamão da Antiguidade. Arqueólogos encontram jogo de tabuleiro com 4000 anos em Omã

J.Sliwa / Universidade de Varsóvia

Os investigadores acreditam que este jogo pode ser um precursor do Jogo das Vinte Casas, que tem regras semelhantes às do gamão.

As nossas gerações não são as únicas que gostam de se reunir em volta da mesa e divertir-se com jogos de tabuleiro. Na verdade, este hábito já tem milhares de anos, e uma nova descoberta em Omã vem confirmar isso.

Uma equipa de arqueólogos descobriu um jogo de pedra com cerca de 4000 anos, que inclui marcas em forma de rede e buracos para copos, no sítio perto da vila de Ayn Bani Saidah, aponta o ARS Technica.

A escavação faz parte de um projecto que está a decorrer para estudar as colónias das Idades de Ferro e de Bronze no Vale de Qumayrah, numa colaboração entre Sultan al Bakri, director geral de antiguidades no Ministério do Património e Turismo de Omã e Piotr Bielinski, do Centro Polaco de Arqueologia Mediterrânica da Universidade de Varsóvia.

Esta área é das menos estudadas no país, mas as descobertas arqueológicas até agora indicam que o Vale de Qumayrah possa ter tido um papel importante na rota de comércio entre várias cidades árabes.

Já vários outros jogos de tabuleiro, alguns com milhares de anos, foram encontrados um pouco por todo o mundo, como o Senet ou o Mehen que eram populares entre os egípcios. Os romanos também gostavam do Ludus Latrunculorum — jogo de mercenários.

O jogo descoberto no Omã pode ser o antecessor do conhecido Jogo das Vinte Casas, que nasceu no Médio Oriente e que, por sua vez, pode ser o precursor do gamão moderno.

O Jogo das Vinte Casas foi descoberto pelo arqueólogo britânico Leonard Woolley durante escavações no Cemitério Real de Ur entre 1922 e 1934. Ninguém sabia como se jogava até que o curador Irving Finkel do Museu Britânico, traduziu uma tabuleta de argila da Babilónia no início da década de 80 que descrevia as regras do jogo, notando-se assim que eram semelhantes às do gamão.

A equipa que fez as escavações no Omã também descobriu os destroços de várias grandes torres de pedra circulares da Idade do Bronze, assim como uma torre angular. Uma destas incluía vestígios de fundição de cobre, o que revela que a civilização participava no comércio deste metal lucrativo.

Adriana Peixoto, ZAP //

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