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Galáxias com discos mais “fofos” fabricam estrelas durante mais tempo

M. Kaufman/ B. Saxton/ NASA/ESA

Uma equipa de cientistas usou simulações cosmológicas de formação de galáxias para descobrir que o fim da formação estelar depende do tamanho do disco da sua galáxia.

O “meio-dia cósmico” é um período na vida do Universo que ocorreu há cerca de 10 mil milhões de anos, marcado pela intensa formação estelar em galáxias massivas.

Nessa altura, o gás na maioria das galáxias ficou muito quente por causa dos buracos negros que albergavam. A formação estelar parou, mas, em galáxias muito “esticadas”, os cientistas descobriram que o cenário era diferente: o gás não aquecia tanto e os buracos negros não exerciam uma influência tão forte, pelo que as estrelas continuaram a formar-se durante um período de tempo maior.

No fundo, explica o Phys, a equipa de astrónomos da University of NSW, em Sydney, descobriu que consegue prever o fim da formação estelar com base no tamanho do disco de uma galáxia – a região plana e circular à volta do centro, que compreende estrelas, hidrogénio e poeira.

Nas galáxias “onde as estrelas do disco são amplamente distribuídas, o gás permanece mais frio”, pelo que continuam a formar-se novas estrelas, explicou Anshu Gupta, autor do artigo científico, publicado no dia 2 de fevereiro no Astrophysical Journal.

Por outro lado, “em galáxias com discos mais compactos, o gás aquece muito rapidamente e fica muito energético”, o que faz com que a formação das estrelas termine logo após o meio-dia cósmico.

“Discos ‘fofos’ continuam a funcionar durante muito mais tempo, digamos, até ao chá da tarde cósmico”, rematou Gupta.

O estudo estabelece, pela primeira vez, uma relação entre o tamanho do disco e a formação estelar. Agora, “os astrónomos serão capazes de olhar para qualquer galáxia do Universo e prever com precisão quando deixará de produzir estrelas”, reagiu Kim-Vy Tran, outro investigador que participou no estudo.

Liliana Malainho, ZAP //

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