Galardoado recusa medalha da Câmara do Porto em solidariedade com Pinto da Costa

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Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto

Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto

O presidente da Beneficência Familiar recusou receber da Câmara do Porto uma medalha de mérito em solidariedade com o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, considerando “descortês e desconfortável a confraternização” com ex-autarca Rui Rio.

“Partilhando eu idêntica posição do presidente do FC Porto em relação a Rui Rio […], considero igualmente descortês e desconfortável a minha confraternização na minha cerimónia com Rui Rio”, explicou António dos Santos Reis, o primeiro presidente eleito da junta de freguesia de Ramalde, numa carta a que a Lusa teve hoje acesso.

Na missiva “entregue em mãos” ao presidente da autarquia, Rui Moreira, na segunda-feira, Santos Reis esclarece estar em causa o esclarecimento “em reunião do executivo”, a propósito “da não-inclusão de Pinto da Costa entre as personalidades que receberão medalha municipal”, de que “não seria cortês homenagear Pinto da Costa e Rui Rio na mesma cerimónia”.

“Os altos valores, princípios morais e ideológicos que me são inatos não me permitem aceitá-la […] É que, para além do mais, Jorge Nuno Pinto da Costa e o signatário desta [carta] presidem a duas das mais prestigiadas e centenárias instituições da cidade do Porto”, destaca o também presidente da Cooperativa de Ramalde.

António dos Santos Reis manifesta ainda a “mágoa” pelo “Grau Prata” do galardão que a Câmara do Porto aprovou atribuir-lhe na reunião do executivo de 17 de junho.

“Apesar da honra de tal distinção, a exclusividade desse grau na lista de personalidades a homenagear não pode deixar de provocar em mim profunda tristeza por verificar que uma longa vida dedicada ao bem comum […] seja considerada apoucada em relação às demais atividades representadas pelos ilustres homenageados”, acrescenta.

No currículo anexo às propostas de medalhados apresentados na lista consensualizada pela Câmara e votada a 17 de junho, António Santos Reis é apresentado como sendo “reconhecido pela sua personalidade empenhada e frontal”.

“A par da participação cívica e política muito ativa, destaca-se o trabalho em diversas associações e mutualidades, de que são exemplo a Cooperativa de Ramalde, o Ramaldense e a Beneficência Familiar, de cuja direção é Presidente”, acrescenta o documento a que a Lusa teve acesso.

O vereador do PSD Ricardo Almeida indicou a 1 de julho que o presidente da autarquia, Rui Moreira, justificou em reunião camarária a opção de não atribuir o galardão ao presidente portista por “uma questão de sensibilidade”, já que um dos medalhados é o ex-presidente da autarquia Rui Rio.

Fonte da Câmara do Porto confirmou à Lusa que o autarca entendeu que não seria “cortês” a atribuir medalhas às duas personalidades da cidade no mesmo ano.

A 17 de junho, a vereadora do PS na Câmara do Porto Carla Miranda criticou o facto de o presidente do Futebol Clube do Porto não ter sido incluído na lista de personalidades a receber medalhas da cidade.

Rui Moreira vai entregar a Rui Rio a Medalha de Honra da Cidade, a mais alta condecoração do município reservada a quem tenha prestado serviços de excecional relevância.

Esta condecoração será também atribuída ao escritor Vasco Graça Moura e ao advogado Diogo Vasconcelos, a título póstumo, e ao alfaiate Gilles Zeitoun, que instalou na Baixa da cidade, em 2009, um ateliê para a criação e produção de alta-costura.

ZAP/Lusa

5 Comments

  1. “…seja considerada apoucada em relação às demais atividades representadas pelos ilustres homenageados”??

    Não sei quem é nem quem se julga este sr. Reis, falha minha, presumo, mas conhecendo algumas das 30 personalidades que vão ser homenageadas… que lata, que descaramento, que sem vergonha, que vaidade, que falta de chá deste sr. Reis.

    Talvez se tenha adequadamente poupado à cidade a prata da medalha.

  2. Antonio Santos Reis 2º lugar/medalha de prata – Pinto da Costa 0 lugar/0 medalha e Rui Rio, anti-Cidade do Porto e anti-Pinto da Costa e mesmo anti-FCP medalha de ouro. Se tinha alguma simpatia e até uma certa admiração por Rui Moreira, terminou aqui. Cambada de políticos vendidos…

  3. A meu ver foi muito bem entregue a medalha de ouro a Rui Rio, este fez pela cidade do Porto o que nunca nenhum presidente de câmara conseguiu fazer …estragar e maltratar a linda cidade do Porto. Alem de que não é um qualquer presidente de câmara que leva um valente puxão de orelhas por parte de um cidadão, em pleno passeio das cardosas … sem direito ao esquecimento.

  4. Rui Rio não governou a cidade do Porto.
    Rui Rio governou uma parte da cidade do Porto, aquela de ele gosta, com que se delicia e que respeita. Por essa ele fez muito, sim, mas um presidente deve agir como um pai – tratar todos os filhos por igual com a mesma candura e com o mesmo empenho na sua educação.
    Rui Rio portou-se como um novo rico que chegado à sua luxuosa moradia, olhou para a rua onde foi morar e começou por distribuir simpatia pelos vizinhos mais próximos, no fundo da sua igualha e, quando reparou que a sua rua de tão comprida que era tinha lá muito para os fundos uma ralé de moradores, talvez a escumalha que geralmente habita as grandes cidades, tratou então de lhes demonstrar o seu profundo e altivo desprezo.
    Rui Rio não foi presidente da cidade do Porto. Rui Rio escolheu a melhor quinta da cidade do Porto e tornou-se o seu cacique.
    Rui Rio é um homem profundamente mesquinho, inculto, de vistas curtíssimas, intelectualmente formatado, sem nunca ter nada de diferente para dizer, apenas a cartilha de sempre.
    Já agora, é este homem que pretende vir a ser presidente do país? Está bem adequado ao cenário sociocultural que está a colorir de cinzento obscuro (um tão prendado tique fascista) este território de brandos e patéticos costumes.

    • Todos conhecemos este discurso, que vem da cartilha oficial de quem sabemos. É a narrativa-anti-Rio.
      O problema da narrativa oficial é que é brutalmente desmentida pela realidade, bem patente aos olhos de todos os portuenses que, como eu, se lembra do Porto de há 10 anos e da vida que (não) tinha e do Porto vivo que agora temos – em muito mais do que um aspecto.
      E curiosamente, para dar vida à cidade, Rio não precisou de a arruinar e empenhar até ao tutano. Coisa que não se pode dizer, por exemplo, de ambas as margens do… rio.

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