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Gaivotas gigantes aterrorizam Reino Unido

“Parecem perus” e são um problema de longa data que “piora de ano para ano”. Até os cães são alvos das gaivotas XL.

“Parecem perus” e têm roubado a comida dos residentes e turistas, descreve o jornal britânico The Guardian esta quarta-feira.

As “gaivotas XL” do Reino Unido formam bandos organizados que, ao avistarem comida, esperam pelo momento certo para atacar. Roubam de tudo, desde gelados, hambúrgueres, batatas fritas a qualquer outro tipo de alimento que consigam “bicar”.

Os comerciantes à beira-mar têm alertado os seus clientes para esconderem a comida ao máximo mas mesmo assim muitos são vítimas dos ataques destas gaivotas.

Embora não sejam aves agressivas — o seu único objetivo é alimentar-se — a sua presença em grande número e a frequência dos ataques têm causado preocupação, segundo o jornal. Relatos de crianças a chorar após perderem os seus gelados e de cães a serem alvos destas aves são cada vez mais comuns.

Em Bath, um residente mencionou no Reddit que as gaivotas “estão piores de ano para ano”, questionando ainda: “Há alguma coisa que a comunidade de Bath possa fazer?”

Em Liverpool, a situação começou a revelar-se dramática em março, noticiava o Daily Mail: A Câmara Municipal já gastou 9,5 milhões de libras (mais de 11 milhões de euros) para limpar o lixo neste ano fiscal e evitar que as gaivotas o ataquem e adicionou mais 4,6 milhões de libras (quase 5,5 milhões de euros) numa tentativa de melhorar a limpeza na cidade.

“É o tamanho delas que me chateia. São enormes. Algumas estão fora da escala”, disse um residente ao jornal.

Espécie protegida

As gaivotas são uma espécie protegida, o que limita as ações que podem ser tomadas diretamente contra si. Apesar do número de gaivotas estar a diminuir, os relatos de ataques aumentam, possivelmente devido à adaptação das aves ao ambiente urbano e à sua dieta composta por restos de comida humana.

No Reino Unido, várias estratégias têm sido tentadas para controlar a população de gaivotas, incluindo o abate, a retirada de ovos, o uso de contracetivos e até a utilização de águias-de-Harris para afugentá-las.

Contudo, “não há uma solução” definitiva, apenas formas de controlo, explicou ao Público Rui Rufino, ornitólogo que trabalhou no Instituto de Conservação da Natureza.

Cada vez pior no Porto

Em Portugal, nomeadamente no Porto, também se registam problemas com as gaivotas. Desde 2008, a Câmara Municipal do Porto tem desenvolvido estudos para abordar a questão, resultando no Plano de Ação para o Controlo da População de Gaivotas dos Municípios Costeiros, que existe desde 2022.

O plano prevê medidas como a remoção de ninhos e a aplicação de óleo nos ovos para impedir o desenvolvimento dos embriões. São cada vez mais os relatos de ataques, os furtos de comida e as invasões do espaço pessoal.

ZAP //

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