Chega vai propor Gabriel Mithá Ribeiro para vice da AR se Pacheco Amorim falhar eleição

José Coelho / Lusa

André Ventura, presidente do Chega, durante uma ação de campanha eleitoral na cidade de Aveiro.

André Ventura, presidente do Chega, durante uma ação de campanha eleitoral na cidade de Aveiro.

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou esta sexta-feira que o grupo parlamentar vai candidatar Gabriel Mithá Ribeiro para a vice-presidência da Mesa do Parlamento caso o deputado Diogo Pacheco de Amorim falhe a eleição.

Caso Diogo Pacheco Amorim seja chumbado pela maioria dos deputados, o Chega vai propor um novo nome para a vice-presidência da Assembleia da República: Gabriel Mithá Ribeiro.

O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira pelo líder do partido, André Ventura, em conferência de imprensa.

“Foi decidido que caso se confirmem as informações que estão a vir a público que o PS, BE e PCP – não sabemos ainda o PSD – se preparam para chumbar o nome do candidato à vice presidência do Chega à Assembleia da República, o Chega proporá na mesma sessão, e dará nota disso à conferência de líderes, o professor Gabriel Mithá Ribeiro como candidato consecutivo a vice presidente”, referiu.

Em conferência de imprensa na sede do partido, Ventura disse que o Chega proporá o novo nome “na própria sessão” e dará nota ao gabinete do presidente da Assembleia da República de que a intenção do Chega é que “se realize imediatamente outra votação”, caso Pacheco de Amorim seja chumbado.

Gabriel Mithá Ribeiro foi cabeça-de-lista do Chega pelo círculo eleitoral de Leiria, é um dos vice-presidentes do partido e coordenador do gabinete de estudos.

De acordo com o regimento da Assembleia da República, quando o presidente da Assembleia da República e metade dos restantes membros da mesa estiverem eleitos – no que se refere às vice-presidências, duas das quatro – está atingido o quórum necessário ao seu funcionamento, não sendo preciso preencher as quatro vice-presidências.

Pedro Pinto é líder parlamentar

Na mesma conferência de imprensa, André Ventura também anunciou que Pedro Pinto será o líder parlamentar e que terá como vice-presidentes de bancada Bruno Nunes e Rui Paulo Sousa.

O presidente do Chega adiantou os temas das primeiras iniciativas legislativas que o grupo parlamentar vai apresentar no início da XV legislatura, sendo a primeira a criação de “uma pensão mensal mínima de 300 euros para todos os ex-combatentes, independentemente do tempo de serviço”.

“É mais do que digno para assegurar o esforço e o trabalho e a dedicação daqueles que lutaram pelo país e que estão hoje muitas vezes em situação de pobreza”, sustentou.

A segunda medida será “a reforma do sistema de portagens, a começar pela abolição das portagens do interior e do Algarve”, que terá “custos definidos, gradualmente numa evolução que vá até ao final da legislatura e que comece pelas zonas mais despovoadas e mais afetadas, o interior e também o Algarve”.

O Chega quer também o regresso dos debates quinzenais, para que estes possam “servir de escrutínio, que é cada vez mais importante sobretudo quando o governo tem maioria absoluta”.

O Chega apresentará ainda como medida o aumento em 300 euros do subsídio de risco dos polícias.

André Ventura foi ainda questionado sobre a decisão do Tribunal de Cascais que condenou o vice-presidente do Chega Pedro Frazão a desmentir e retratar-se publicamente por uma afirmação no Twitter em que alegava falsamente que o ex-dirigente bloquista Francisco Louçã tinha recebido uma avença do BES.

“Não conheço o processo, acho um pouco surpreendente esta forma de o Bloco de Esquerda agora tem de tentar ‘judicializar’ a política, eu senti o mesmo em relação ao bairro da Jamaica, o meu vice presidente já anunciou que irá recorrer dessa decisão”, respondeu, manifestando solidariedade para com o dirigente do seu partido.

Nas eleições legislativas de 30 de janeiro, o Chega passou de um deputado único, André Ventura, para uma bancada parlamentar com 12 deputados, tendo sido a terceira força política mais votada a nível nacional, com 410.965 votos, o equivalente a 7,28%.

ZAP // Lusa

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