Os micélios podem ser usados para criar materiais substituitos da pele e que podem ser utilizados para roupas.
Um novo estudo publicado na Advanced Functional Materials relata a descoberta de que os fios semelhantes a raízes produzidos por vários fungos podem ser usados como um material biodegradável e que se auto-repara na criação de roupas.
Os testes focaram-se no fungo Ganoderma lucidum, que produz filamentos ramificados conhecidos como hifas, que juntos formam uma estrutura chamada micélio.
Estes materiais podem até ser substitutos veganos para a pele. “Os resultados sugerem que os materiais de micélio podem sobreviver em ambientes secos e oligotróficos, e a auto-reparação é possível com intervenção mínima após um período de recuperação de dois dias”, escrevem os autores.
Os materiais à base de micélio já estão a ser usados em vários campos, desde a construção aos têxteis. No entanto, o processo de produção desses materiais tende a matar os clamidósporos – os esporos de fungos que ajudam o organismo a regenerar-se, escreve o Science Alert.
Uma nova abordagem que envolve uma mistura de micélios, clamidósporos, hidratos de carbono, proteínas e outros nutrientes num líquido incentivou o crescimento de uma pele que poderia ser removida e seca.
Até agora, os resultados são muito finos e delicados para serem transformados em roupas, mas os investigadores estão confiantes de que é possível que no futuro seja criada uma pele mais dura, possivelmente em camadas ou plastificada em glicerol. Importantemente, o processo também não mata os clamidósporos.
Os testes com o material mostraram que se consegue regenerar e tapar os buracos que lhe foram feitos, se for exposto a condições semelhantes às em que foi cultivado. O material era tão forte como antes, mas é possível ver onde os buracos estavam.
“A capacidade deste material de micélio regenerativo para curar micro e macro defeitos abre perspetivas futuras interessantes para aplicações de produtos exclusivos em substituições de artigos de couro, como móveis, bancos de carros e roupas de moda”, escrevem os investigadores
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