O número provisório de mortos no sismo do México subiu para 230 com possibilidade de vir a aumentar. Entre os escombros está Frida Sofia, uma criança que ficou soterrada no Colégio Enrique Rébsamen e que agora é símbolo da esperança.
As autoridades mexicanas estão numa corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes entre os escombros. Conforme o relógio vai avançando, a esperança vai diminuindo.
Ao final da noite, já de madrugada em Portugal, Fátima Navarro, uma menina que tinha ficado debaixo dos escombros do Colégio Enrique Rébsamente, foi retirada com vida depois de ter conseguido estar em permanente comunicação com os familiares através do whatsapp.
Mas as atenções estão agora viradas para Frida Sofia: todo o México, aliás, o mundo parou para assistir ao resgate da menina de 12 anos, que se acredita estar “protegida” debaixo dos destroços por uma mesa, onde se terá colocado aquando do colapso do edifício.
Quando as operações de resgate começaram naquele local, considerado crítico por ter muitas crianças, o número de mortos apontava para 21, mas entretanto ascenderam aos 37, com 32 a serem crianças e os restantes cinco adultos. Mas as operações ainda não terminaram e por isso o número pode subir.
À volta do edifício a espera continua, mas a verdade é que o tempo vai roubando a esperança aos que só querem ver os seus filhos. As palmas eram uma constante, inicialmente, sempre que surgia um pai ou uma mãe com os filhos pelos braços. Mas agora as histórias felizes são cada vez menos e, por isso, todos querem ansiosamente ver Frida.
O nome Frida Sofia tornou-se importante para o mundo desde que, ao final da noite no México, madrugada em Portugal, a menina foi descoberta, quando mexeu uma mão a pedido dos socorristas, mas nas listagens da escola ninguém parece conseguir confirmar o seu nome. Até ao momento, segundo o Observador, também ainda nenhuma família reclamou a criança.
Através dos destroços, conseguiram dar-lhe água e oxigénio enquanto as equipas de resgate, os bombeiros e voluntários continuam os trabalhos para a resgatar.
Enquanto os socorristas fazem uma corrida contra o tempo para salvar a menina, o medo de que o edifício colapse aumenta também. As operações sofreram um atraso nas últimas horas depois de ter sido alterada a forma de chegar ao local devido ao risco de colapso. As equipas médicas já estão no local, prontas a atuar de imediato, assim que o resgate se complete.
A CNN avança que os socorristas estão cada vez mais perto do local onde se encontra a menina, que reclama ter outras crianças vivas perto dela.
“Sabemos dessa menina que está viva e ela diz-nos que tem outras crianças vivas perto dela. Não sabemos ao certo quantas são e queremos ter cuidado com a informação que divulgamos”, disse José Luís Vergara, oficial-maior da Secretaria da Marinha.
Enquanto isso, a busca pela identificação da menina de 12 anos prossegue. A Televisa, que acompanha o resgate em direto, avançou que todas as “Sofias” do Colégio já tinham sido identificadas, pelo que a incógnita continua, mas a hipótese de a menina ter outro nome não está posta de parte.
Segundo a imprensa local, o nome Frida Sofia poderá não corresponder ao verdadeiro, já que foi inicialmente referido por um dos socorristas que esteve em contacto com a menina e pode ter resultado das dificuldades de comunicações entre ambos.
Até agora, as autoridades mexicanas já confirmaram pelo menos 230 mortes, 100 delas na capital. No estado de Morelos, 69 pessoas perderam a vida, a par de 43 vítimas mortais já confirmadas no estado de Puebla, 13 no estado do México, quatro no estado de Guerrero e uma em Oaxaca.
Na sequência do abalo, o segundo a atingir o país em menos de um mês, depois de um sismo de magnitude 8,1 ter provocado 90 mortos no início de setembro, o Presidente Enrique Peña Nieto destacou quatro mil tropas para ajudarem nos esforços de resgate e declarou três dias de luto nacional pelas vítimas.