França não deverá voltar à normalidade pré-pandemia antes do outono de 2021, estimou Jean-François Delfraissy, assessor científico do país, frisando, contudo, que as vacinas são “uma grande fonte de esperança”.
Em declarações à televisão BFM, reproduzidas pelo jornal The Independent, o especialista recordou que há cerca de 22 milhões de pessoas vulneráveis em França e que poderá levar até maio para vaciná-las antes de as doses poderem serem administradas a outros.
“As vacinas são uma grande fonte de esperança, mas se olharmos para a capacidade de vacinação que teremos em França e noutros lugares da Europa, vamos precisar de tempo”, começou por explicar o especialista.
“A produção de vacinas será mais lenta do que o previsto há 15 dias ou três semanas. Não enfrentaremos escassez de vacinas, mas teremos algo que será difundido com o tempo”.
Questionado diretamente sobre se estas previsões significam que os franceses vão enfrentar restrições nas suas vidas para combater a propagação da covid-19 até ao outono de 2021, o especialista respondeu: “Mais ou menos”.
As previsões do especialista francês surgem um dia depois de a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugerir que os 27 estados-membros da União Europeia podem arrancar com as campanhas de vacinação a partir de dia 27 de dezembro, depois de o fármaco receber aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA).
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.649.927 mortos resultantes de mais de 74,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito da AFP.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se na Itália (67.220 mortos, mais de 1,9 milhões de casos), seguindo-se Reino Unido (66.052 mortos, mais de 1,9 milhões de casos), França (59.619 mortos, mais de 2,4 milhões de casos) e Espanha (48.777 mortos, mais de 1,7 milhões de casos).