Uma equipa de arqueólogos descobriu na Ilha de Baranof, no Alasca, os restos de um forte indígena de 200 anos, usado como base defensiva contra a invasão russa de 1804.
O forte tinha 73 metros de comprimento e 50 metros de largura e foi construído por indígenas tlingit e kiks.ádi.
Há cerca de 100 anos que investigadores tentavam localizar com exatidão este forte que foi usado para combater a invasão das forças colonialistas russas. Nunca antes tinham encontrado provas concretas da sua localização. Os resultados do estudo foram publicados este mês na revista científica Antiquity.
Depois de muita procura, os investigadores encontraram anomalias eletromagnéticas numa clareira do Parque Histórico Nacional de Sitka, no estado norte-americano do Alasca.
Muito do que agora é o Alasca estava sob controlo russo até que os Estados Unidos compraram a área em 1867. Enquanto os russos governavam a área, as populações indígenas travaram uma dura luta contra esse colonialismo agressivo, explica o All That’s Interesting.
Em 1802, o povo tlingit destruiu um assentamento russo, o que forçou a sua retirada da região. Dois anos depois, à procura de vingança, os russos regressaram com uma força de 1.500 homens. Contudo, os tlingit compraram centenas de armas e canhões aos britânicos e americanos. Além disso, durante a ausência dos russos, construíram um forte com os kiks.ádi.
Os grupos indígenas construíram a estrutura num sítio em que ficasse garantido que não estava ao alcance da artilharia naval russa.
“Foi construído com madeira tão espessa e forte que o tiro das minhas armas não conseguiu penetrar na curta distância do comprimento de um cabo [entre 180 e 220 metros]”, escreveu Yuri Lisyansky, que serviu como capitão do navio de guerra russo Neva.
O conflito durou alguns dias até aos indígenas terem ficado sem pólvora e fugido para o interior. Os tlingit acabariam por fazer um acordo com os russos, deixando-os negociar as suas peles de lontra marinha ao largo da costa.