Fórmula matemática permite descobrir se uma teoria da conspiração é ou não real

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Há teorias da conspiração para todos os gostos e feitios – e agora há também, garante um físico da Universidade de Oxford, uma fórmula matemática que permite saber se são ou não reais.

David Robert Grimes, um investigador que se dedica habitualmente à temática do cancro, desenvolveu uma fórmula matemática que permite, diz, apurar se uma qualquer teoria da conspiração está certa ou errada.

Em entrevista ao site Live Science, o físico explicou como chegou a esta fórmula, notando que se debruçou sobre três conspirações divulgadas recentemente:

  • o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA revelado em 2013, por Edward Snowden;
  • uma experiência com um tratamento à base de penicilina para a sífilis feito sem o conhecimento dos infectados que foi tornado público em 1972;
  • os supostos testes científicos forenses levados a cabo pelo FBI que levaram à detenção e execução de vários inocentes por crimes que não cometeram.

Grimes apurou que foram precisos, respectivamente, 6 anos, 25 anos e outros 6 anos para que cada uma das teorias fosse exposta.

Tendo estes dados presentes, o investigador avançoua para a análise a 4 teorias da conspiração que se mantêm vivas:

  • que a NASA inventou a aterragem na Lua em 1969;
  • que as mudanças climáticas provocadas pelo homem não são reais;
  • que as vacinas são inseguras;
  • que as empresas farmacêuticas estão a esconder do público curas para o cancro.

Grimes criou uma equação para chegar à probabilidade de duração destas teorias, caso se comprove que são mesmo falsas, considerando o número de pessoas envolvidas na manutenção do suposto segredo, a possibilidade de “fugas de informação” acidentais ou deliberadas e que esforços seria preciso empreender para manter tudo sob sigilo.

A seguir, o físico calculou o potencial sucesso das quatro conspirações, usando o “caso do melhor cenário” para os conspiradores, onde o menor número de pessoas envolvidas poderia divulgar as supostas maquinações.

O caso da aterragem na Lua tinha vantagem sobre os restantes, apurou Grimes, porque os que saberiam do segredo iriam morrendo ao longo do tempo.

Mas, mesmo assim, a mentira nunca teria durado mais de 4 anos, alega, pelo que já se pode dizer que não passa de uma teoria da conspiração sem fundamento.

Já a mentira das mudanças climáticas “duraria aproximadamente 27 anos, se apenas cientistas estivessem envolvidos na conspiração, mas menos de 4 anos se envolvesse organismos científicos”, refere o investigador.

Quanto à conspiração da vacinação, Grimes prevê que poderá durar até 35 anos “se for confinada ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças e à Organização Mundial de Saúde”, mas que será revelada em apenas 3 anos e dois meses, caso as empresas farmacêuticas sejam coniventes.

Sobre a possível omissão de uma cura contra o cancro, mantida pelas principais farmacêuticas do mundo, seria desvendada ao cabo de três anos e três meses, diz o investigador.

Mas apesar dos seus cálculos, Grimes  sabe que “os verdadeiros crentes nunca mudarão a sua opinião”.

“Embora estas pessoas estejam ideológica e profundamente investidas numa dada narrativa, espero que este trabalho possa ajudar as pessoas mais racionais, que talvez tenham ouvido algumas alegações e queiram averiguar se são prováveis ou não”, diz o físico.

ZAP

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