Forçar regresso ao escritório recua um avanço social que se estava a verificar

Teletrabalho não é a melhor opção para muitos patrões. Mas certos grupos da sociedade agradeceriam se continuassem em casa.

O teletrabalho era pouco visto, passou a ser obrigatório e agora é regra em muitas empresas.

Mas esse regime não agrada a toda a gente. Nem do lado dos trabalhadores, nem do lado dos patrões.

Muitos trabalhadores preferem ir para a empresa. Por vários motivos: sair de casa, concentração, sentem que são mais produtivos na sede da empresa.

Os patrões andam desconfiados, têm dúvidas em relação à produtividade e ao empenho dos funcionários. Nos últimos tempos, responsáveis por grandes empresas avisaram que o regime teletrabalho é para acabar.

O portal Insider lembra Jamie Dimon, director-executivo da JPMorgan, que disse que o teletrabalho não é o melhor regime para muitos dos seus funcionários – sobretudo para “quem tem filhos pequenos”.

James Gorman, director-executivo da empresa Morgan Stanley, disse no mês passadp que quer que os funcionários voltem ao escritório pelo menos três ou quatro dias por semana. Ken Griffin, da Citadel, criticou o teletrabalho: há menos inovação e há menos criatividade, avisou.

Mas, voltando a Jamie Dimon, o director da JPMorgan admitiu que o teletrabalho pode ajudar as mulheres – que em geral fazem mais coisas em casa do que os homens (embora já se veja o contrário em muitos lares).

E é aí que forçar o regresso à empresa pode ser mau, para algumas pessoas. Não só para as mulheres, mas para pessoas com deficiência, com diversos problemas – como depressão ou deficiências físicas – e para pessoas que moram em sítios mais “remotos”.

Sobretudo para as pessoas com deficiência física, que assim não precisam de deslocações – e que eram um factor que as afastavam logo de um possível emprego. Demoram 10 segundos a chegar ao emprego, em vez de demorarem duas horas e com muitas dores.

Além disso, este teletrabalho generalizado também melhorou as condições de trabalho para alguns trabalhadores negros e alguns cuidadores do sexo masculino.

As pessoas com autismo ou problemas neurológicos (entre outros distúrbios mentais) são mais produtivas em casa.

E, mesmo para as pessoas sem qualquer problema físico ou mental evidente, em muitos casos a pressão e o nervosismo diminuem em casa.

Houve ainda alguns trabalhadores negros a contar que, trabalhando em casa, deixaram de ser vítimas de discriminação frequente.

ZAP //

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