Atef Safadi / EPA

Também em Israel ocorrem protestos
Uma manifestação contra o Hamas juntou esta terça feira centenas de palestinianos no norte da Faixa de Gaza. Exigem que o grupo islamita renuncie ao poder no enclave palestiniano e deponha as armas no conflito com Israel. Do outro lado da fronteira, também os israelitas protestam contra o governo.
“O povo quer que o Hamas saia” e “Parem a guerra” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes que marcharam pelas ruas de Beit Lahia, repletas de edifícios danificados pelos combates e bombardeamentos israelitas, segundo vídeos do protesto nas redes sociais, verificados pela agência EFE.
No raro protesto, os manifestantes gritaram ainda “Fora Hamas” e “Hamas terrorista”, disseram testemunhas à agência AFP.
Mohammed, um residente da cidade que participou no protesto, disse à EFE, por telefone, que a marcha invulgar foi espontânea e que os participantes expressaram a sua frustração relativamente à guerra com Israel.
“(Os manifestantes) exigiram o fim do Governo do Hamas e manifestaram o seu desejo de viver em paz”, disse o palestiniano.
Acrescentou ainda que os habitantes da cidade criticaram a falta de abrigos para os ataques do exército israelita.
Mohammed disse que muitos residentes temem retaliações por parte do Hamas, mas mesmo assim saíram à rua devido ao cansaço provocado pelo conflito, e que nenhuma detenção foi feita pela organização islâmica, que governa Gaza há quase duas décadas.
“Os manifestantes não querem o atual governo, querem viver em segurança e proteção”, explicou o residente em Gaza, que especificou que outra marcha recente contra o Hamas em Jabalia Al-Badad não aconteceu devido ao medo da organização islamita.
“Majdi”, outro manifestante que evitou dar o seu nome verdadeiro, disse à AFP que “as pessoas estão cansadas” do conflito, que dura há 17 meses e devastou o pequeno território.
“Se a saída do Hamas do poder em Gaza é a solução, então porque é que o Hamas não deixa o poder para proteger o povo?”, questionou.
Pelo menos uma convocatória para uma manifestação circulou na terça-feira na rede social Telegram, segundo a AFP. A mesma fonte adianta que outras mensagens de origem desconhecida convocam protestos em vários locais da Faixa de Gaza na quarta-feira.
Israel desafia frequentemente os palestinianos em Gaza a rebelarem-se contra o movimento islâmico que tomou o poder no território em 2007, expulsando o movimento rival Fatah e não mais organizando eleições.
O protesto acontece uma semana depois de o exército israelita ter quebrado o cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, retomando os bombardeamentos e as incursões militares em Gaza, fazendo quase 800 mortos.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) informou hoje que mais de 120.000 palestinianos foram deslocados pelos bombardeamentos israelitas desde o reatamento da guerra, e que estão em vigor ordens de evacuação para pelo menos mais 100.000 pessoas na parte norte do enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas a Israel, a 7 de outubro de 2023, que fez mais de 1.200 mortos em poucas horas, na maioria civis.
Israelitas também protestam contra governo
Por outro lado, também os israelitas têm protestado contra o seu governo, que violou o acordo de cessar-fogo. No sábado, por exemplo, contra a NPR, mais de 100.000 pessoas participaram em protestos em Telavive.
“O povo israelita está exausto. Está traumatizado“, diz. “O governo israelita é inflexível quanto ao regresso à guerra e isso não está desligado da sua política”, diz Shira Efron, diretora de investigação do não-partidário Israel Policy Forum.
De facto, as sondagens mostram que a maioria dos israelitas é contra o fim do cessar-fogo e quer que as negociações continuem. “Se não houver acordo, incendiaremos o país”, cantava a multidão este fim de semana.
ZAP // Lusa
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Finamente!!!!
Finalmente é noticia, porque a muito que acontece manifestações em Gaza contra o hamas. Só que eles abrem fogo contra a população e esmagam qualquer sinal de rebeldia contra o regime islâmico. E nenhuma Media o relatava. Já agora todo governo islâmico é um Regime que impõe a sua lei sharia sobre todos.