O antigo ministro da Juventude da Costa do Marfim Charles Blé Goudé afirmou, na segunda-feira, ter sido condenado à revelia a 20 anos de prisão por um tribunal do país.
Charles Blé Goudé disse que a justiça marfinense o condenou, à revelia, a “20 anos de prisão, a dez anos de privação dos direitos cívicos e a pagar 200 milhões de francos CFA (300 mil euros) de indemnização às vítimas”, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).
Blé Goudé disse que ficou “surpreendido com este veredicto”, entregue nesta segunda-feira sem a presença de um advogado.
Blé Goudé vive atualmente em Haia, na Holanda, onde está em liberdade condicional após a absolvição, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em janeiro último, de crimes contra a Humanidade, na sequência das eleições de 2010.
A justiça da Costa do Marfim acusou-o de “atos de tortura, assassinatos e violações voluntárias”, disseram os seus advogados em 18 de dezembro, o dia em que o julgamento deveria começar.
Charles Blé Goudé foi apelidado de “general da rua” pela sua capacidade de mobilizar os apoiantes do ex-marfinense Laurent Gbagbo. Os seus críticos e ONGs internacionais acreditam que o movimento Young Patriots é uma milícia e Blé Goudé é considerado um dos principais arquitetos do aumento da tensão na Costa do Marfim nos anos 2000, o que levou à violência em 2010 e 2011, em que mais de 3.000 pessoas morreram.
ZAP // Lusa