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Enquanto clubes pedem desculpa, Florentino contra-ataca e não desiste da Superliga

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Yoan Valat / EPA

O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, preside à Superliga Europeia.

O presidente do Real Madrid e da Superliga, Florentino Pérez, manifestou-se na quarta-feira “triste e dececionado” com a suspensão da nova competição europeia de futebol, mas também “surpreendido” com a campanha orquestrada pelo presidente da UEFA.

Em declarações ao programa El Larguero, da rádio espanhola Cadena Ser, Florentino Pérez deixou duras críticas a Aleksander Ceferin, que se manifestou contra a criação da Superliga e que ameaçou excluir da UEFA todos os clubes que integrassem a recém-criada competição.

“Nunca vi tamanha agressividade como aquela manifestada pelo presidente da UEFA e por alguns presidentes de Ligas, de forma orquestrada. Surpreendeu-nos a todos. Depois de anunciarmos a notícia, pedimos uma reunião com o presidente [Ceferin], mas ele nem nos respondeu. Nunca vi tanta agressividade, ameaças e insultos, como se tivéssemos matado o futebol, lançado uma bomba atómica. Trabalhámos, sim, para ajudar a salvar o futebol”, afirmou.

Florentino Pérez admitiu que “o projeto da Superliga ficou em stand-by” e que Juventus e AC Milan “não desistiram” da prova, enquanto o FC Barcelona “está em reflexão”.

A Juventus anunciou, esta quarta-feira, o seu afastamento da Superliga. Em comunicado, o emblema de Turim salienta que, apesar da “validade dos pressupostos comerciais, desportivos e legais” do projeto, reconhece “possibilidades limitadas” de concretização do formato.

No mesmo sentido, também o AC Milan anunciou a sua saída da organização da competição. “As vozes e preocupações dos adeptos por todo o mundo sobre o projeto da Superliga foram fortes e claras, e o nosso clube tem de permanecer sensível e atento à opinião daqueles que amam este desporto”, lê-se no comunicado.

Já o Barcelona, para já, mantém-se, embora admita estar a refletir sobre o assunto. “Neste momento estamos na Superliga, todos os cenários estão em aberto. Agora virão dias de conversações e, seguramente, negociações de todas as partes”, explicaram à agência EFE fontes do clube catalão.

“Estamos há muitos anos a trabalhar num projeto que não fui capaz de explicar. Estou triste e dececionado. Era algo fácil de entender, a Liga é intocável e é preciso arrecadar dinheiro nos jogos a meio da semana. O formato da Liga dos Campeões está obsoleto e só tem interesse a partir dos quartos de final”, referiu o presidente do Real Madrid e da Superliga.

Man City e AC Milan pedem desculpa

O diretor do Manchester City, Ferran Soriano, escreveu esta quarta-feira uma mensagem dirigida aos adeptos do clube inglês, na qual pediu desculpa pelo facto destes terem sido esquecidos.

“Quando fazemos escolhas e tomamos decisões, temos em mente os interesses do clube e acreditamos que fazer parte desta iniciativa pode dar-nos uma voz que pode ser fundamental para a nossa capacidade futura de sucesso e crescimento. No entanto, não nos lembrámos da inquebrável ligação entre a paixão dos nossos adeptos e o direito de ter a oportunidade de conquistar o sucesso. Esta é uma verdade fundamental para o ADN do Manchester City e a direção lamenta profundamente ter tomado uma decisão que não teve em conta os valores históricos do clube”, lê-se na mensagem citada pelo Record.

O diretor técnico do AC Milan, Paolo Maldini, disse que não sabia dos planos do clube para integrar e fundar a Superliga, e pediu desculpa aos adeptos.

“Eu não sabia de nada. Fiquei a saber no domingo, tal como todas as pessoas. No entanto, isso não me impede de pedir desculpa aos adeptos do Milan”, disse o antigo futebolista à Sky Sports Italia, antes do jogo entre o AC Milan e o Sassuolo.

“Foi algo que foi decidido pelas mais altas instâncias do clube e, portanto, acima do meu cargo. De qualquer forma, isso não me isenta da responsabilidade de pedir desculpa aos adeptos do AC Milan, e não só, que se sentiram traídos nos princípios básicos do desporto que sempre respeitámos”, acrescentou.

UEFA admite não realizar o Real Madrid – Chelsea

Em entrevista à televisão eslovena 24ur, Aleksander Ceferin, admitiu a possibilidade “relativamente pequena” de o jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, entre Real Madrid e Chelsea, não se realizar.

“A temporada já começou, pelo que as emissoras acabariam por vir ter connosco por eventuais prejuízos se não disputarmos as meias-finais”, salientou o presidente da UEFA.

Ceferin tinha prometido duras sanções para os clubes que participassem na Superliga Europeia. Inicialmente, o Chelsea estava no lote de 12 equipas fundadoras, mas foi a primeira a anunciar a desistência. Enquanto isso, o Real Madrid mantém-se fiel ao projeto.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Salvar o futebol, diz ele… quer é salvar-se a si próprio. Egoísmo esse demonstrado pelos outros clubes que se aperceberam do óbvio. Da vergonha que seria esta supertreta…

  2. Ficam os 2 gigantes de Espanha.
    Um dia joga o R. Madrid contra o Barcelona e no outro é o Barcelona contra o R. Madrid.
    E só têm de repartir a receita pelos 2.
    Criaram monstros e agora querem resolver o problema com a agonia dos restantes.
    Haja paciência!!!

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