Um novo estudo revelou que consumir uma dieta rica em bagas, chá preto, frutos vermelhos e até vinho tinto – alimentos ricos em flavonóides – pode reduzir os sinais de envelhecimento prejudicial à saúde.
Um estudo publicado na edição de maio do The American Journal of Clinical Nutrition revelou que a flavodiet – uma dieta rica em flavonóides – reduz os sinais de envelhecimento.
Investigadores da Queen’s University Belfast (QUB), na Irlanda do Norte, e da Edith Cowan University (ECU), em Perth, na Austrália, investigaram a relação entre o consumo de uma dieta rica em flavonóides e indicadores de envelhecimento, como fragilidade, redução da função física e saúde mental precária.
“A investigação mostra que pessoas que consomem mais flavonóides tendem a envelhecer melhor”, disse à New Atlas, a líder do estudo, Nicola Bondonno, professora da Escola de Ciências Médicas e da Saúde da ECU.
Os flavonóides são um grupo de substâncias químicas vegetais — fitoquímicos — responsáveis pela cor vibrante de muitas frutas, vegetais e flores.
A investigação mostrou que alimentos deste tipo têm uma série de benefícios para a saúde, como propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anticancerígenas.
Neste estudo, foram utilizados dados de dois estudos longitudinais: o Nurses’ Health Study (NHS), que acompanhou 62.743 enfermeiras desde 1990 até 2014, e ainda o Health Professionals Follow-up Study (HPFS), que, desde 2006 até 2008, acompanhou 23.687 profissionais de saúde do sexo masculino.
Conclusões dão força à “flavodiet”
Constatou-se que, no grupo do NHS, o maior consumo de chá, vinho tinto, mirtilos, maçãs e laranjas ou sumo de laranja estava associado a um risco 11% a 21% menor de desenvolver fragilidade em comparação com o menor consumo.
O maior consumo de vinho tinto, mirtilos, maçãs, morangos e laranjas/sumo de laranja foi associado a um risco 4% a 14% menor de incapacidade física em comparação com o menor consumo.
Da mesma forma, o maior consumo de maçãs, morangos, laranjas/sumo de laranja e toranja/sumo de toranja foi associado a um risco 10% a 15% menor de saúde mental precária, em comparação com o menor consumo.
Dieta menos eficaz para homens
No grupo HPFS, o maior consumo de chá e mirtilos e o consumo médio moderado de vinho tinto foram associados a uma redução de 14%, 15% e 29%, respetivamente, no risco de saúde mental precária.
Por outro lado, para os homens, não houve associações entre o consumo de qualquer alimento ou bebida rico em flavonóides e fragilidade ou redução da função física.
“Os flavonóides são bem conhecidos por reduzirem o stress oxidativo e a inflamação, apoiarem a saúde dos vasos sanguíneos e até ajudarem a manter a massa muscular esquelética — todos fatores importantes para prevenir a fragilidade e manter a função física e a saúde mental à medida que envelhecemos”, afirmou o autor correspondente do estudo, o professor Aedín Cassidy, do Instituto para a Segurança Alimentar Global da QUB, citado pela New Atlas.
“Descobrimos que os participantes que aumentaram a ingestão de alimentos ricos em flavonóides em três porções por dia tiveram um risco 6% a 11% menor em todos os três resultados de envelhecimento nas mulheres e um risco 15% menor de saúde mental precária nos homens”, concluiu.