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Físicos medem, pela primeira vez, campo elétrico do Sol

Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory

Parker Solar Probe

Utilizando dados da Parker Solar Probe, uma equipa calculou a distribuição de eletrões dentro do campo elétrico do Sol. A partir da distribuição dos eletrões, conseguiu determinar o tamanho, a largura e o alcance do campo elétrico solar.

O campo elétrico do Sol surge da interação de protões e eletrões produzidos quando os átomos de hidrogénio são separados, devido ao calor da fusão nas profundezas da estrela.

Neste ambiente, os eletrões são soprados para fora. O mesmo não acontece com os protões que, com a sua carga positiva, exercem algum controlo e influenciam alguns eletrões graças às forças de atração das partículas com cargas opostas.

“Os eletrões tentam fugir, mas os protões tentam puxá-los. É este o campo elétrico“, disse Jasper Halekas, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. “Se não houvesse campo elétrico, todos os eletrões iam afastar-se”, acrescentou, citado pelo Sci-News.

“Agora, imaginem que o campo elétrico do Sol é uma tijela e os eletrões são berlindes a rolar pelos lados do recipiente a velocidades diferentes. Alguns eletrões são suficientemente velozes para atravessar a borda da tigela, mas outros não aceleram o suficiente e acabam por descer até à base”, explicou.

Estamos a medir os que voltam e não os que não voltam.”

“Há basicamente um limite de energia entre os que escapam da tigela e os que não escapam, que pode ser medido. Como estamos suficientemente perto do Sol, podemos fazer medições precisas da distribuição dos eletrões antes de ocorrerem colisões, que distorcem o limite e obscurecem a assinatura do campo elétrico”, disse o investigador.

Jasper Halekas Lab / University of Iowa

Os eletrões ejetados do Sol formam o campo elétrico da nossa estrela

A partir destas medições, a equipa descobriu que o campo elétrico do Sol exerce uma influência sobre o vento solar, mas menos do que se pensava. Este dado vai exigir a reconstrução dos modelos do vento solar e de todo o clima espacial.

Os cientistas descobriram quanto da aceleração é proporcionada pelo campo elétrico do Sol. “Parece que é uma pequena parte do total. Isto aponta para outros mecanismos que podem estar a dar ao vento solar a maior parte do seu impulso.”

O artigo científico foi publicado recentemente no Astrophysical Journal.

ZAP //

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