Físicos encontraram um novo algoritmo que os poderá ajudar a captar a primeira imagem alguma vez vista de um buraco negro.
Se pesquisarmos no motor de busca do Google a expressão “buraco negro”, é certo que vamos ser engolidos por um sem número de imagens inspiradoras e incríveis desse fenómeno.
No entanto, a triste verdade é que essas imagens não passam de representações de como os buracos negros poderiam ser porque, na verdade, nunca vimos um verdadeiro.
Tal como as bruxas, nós sabemos que eles andam por aí mas, graças ao seu enorme tamanho e à distância a que se encontram da Terra, torna-se impossível vê-los.
Felizmente, físicos do MIT e da Universidade de Harvard não estão assim tão dispostos a desistir e desenvolveram um novo algoritmo que poderá ajudar a produzir a primeira imagem real do buraco negro Sagittarius A.
O buraco negro em questão tem cerca de 24 milhões de quilómetros de diâmetro, o que significa que é 17 vezes maior do que o nosso Sol. Além disso, está a mais de 25 mil anos-luz de distância.
“Um buraco negro está muito, muito distante de nós e é muito compacto. Tirar uma fotografia de um seria o equivalente a capturar uma toranja na Lua, mas com um radiotelescópio”, conta a líder da investigação, Katie Bouman, citada pelo Science Alert.
“Para conseguir ver algo deste género, seria preciso um telescópio com um diâmetro de praticamente 10 mil quilómetros, o que não seria nada prático, uma vez que o diâmetro da Terra não chega aos 13 mil”, explica.
Por isso, a investigadora criou um novo método que utiliza nove radiotelescópios espalhados à volta do mundo para, de seguida, combinar as suas imagens até criar uma realmente coesa.
Segundo Bouman, os comprimentos de onda de rádio trazem “uma série de vantagens”.
“Tal como as frequências de rádio passam por paredes, também perfuram poeira galáctica. Nós nunca seriamos capazes de ver o centro da nossa galáxia em comprimentos de onda visíveis porque há muita coisa pelo meio”, explica.
Um algoritmo desenvolvido pela mesma equipa irá preencher as lacunas e filtrar a interferência e ruído causados pela nossa própria atmosfera, com o objetivo de conseguir uma imagem o mais clara possível.
O projeto, conhecido por Event Horizon Telescope, concluiu recentemente a maior parte dos seus preparativos técnicos e pode começar a produzir a sua primeira imagem de um buraco negro a partir de 2017.
ZAP / Hypescience