Financeiro britânico banido por burlar no bilhete de comboio

Contornar a lei em Inglaterra é algo que pode sair caro. Um financeiro que durante vários anos deu um ‘jeitinho’ para não pagar o bilhete completo, na viagem diária de comboio até ao centro financeiro de Londres, foi banido da sua profissão.

Jonathan Paul Burrows, agora ex-director da BlackRock, uma das maiores gestoras de fundos de investimentos do mundo, foi apanhado sem bilhete válido por fiscais dos caminhos de ferro de Londres na estação de Cannon Street – em plena City, no centro financeiro de Londres

Burrows confessou ter feito o percurso sem pagar os 27 euros do bilhete de comboio com partida de Stonegate, no condado de East Sussex, no sudeste de Inglaterra – uma viagem de cerca de 1h30.

“Jonathan Paul Burrows admitiu que, em diversas ocasiões, de forma deliberada e consciente, não comprou bilhete válido para todo o seu percurso”, diz a Financial Conduct Authority (FCA), o órgão que regula os mercados no Reino Unido, em notificação publicada online.

Ao todo, segundo as estimativas da FCA, os valores não pagos por Burrows em bilhetes de comboio somam cerca de 54 400 euros.

“Burrows tinha uma posição importante na indústria de serviços financeiros, devia ser um exemplo para os outros. A sua conduta caiu muito abaixo do padrão esperado para alguém nessa posição”, acrescentou a organização.

O banqueiro até comprava bilhete, mas usava um esquema para não pagar todo o trajecto percorrido.

Para isso, Burrows embarcava na estação de Stonegate – uma estação sem torniquetes, localizada numa área rural – sem comprar bilhete.

Chegando a Londres, Burrows saía na estação de Cannon Street, onde passava pelos torniquetes com o Oyster Card, o passe recarregável de Londres, que apenas cobra o percurso dentro da cidade – um custo de 9 euros.

BBC

Burrows apanhava o comboio em Stonegate, onde não há torniquetes

Burrows apanhava o comboio em Stonegate, onde não há torniquetes

Fui um idiota

Segundo a BBC, por ter burlado a lei, Jonathan Burrows foi proibido de trabalhar no mercado financeiro em Inglaterra e teve de devolver o dinheiro não pago nas passagens, mais 575 euros de custas judiciais – ao todo, 55 mil euros.

“Sempre reconheci que o que fiz foi idiota. Pedi desculpas a todas as partes envolvidas e reiterei o meu pedido de desculpas publicamente”, diz Burrows, em resposta à decisão da FCA.

No entanto, Burrows acrescenta que “o tamanho da punição decidida pode dar uma ideia distorcida da dimensão do erro cometido”.

“Arrependo-me do que fiz, já que a decisão da FCA veio manchar uma carreira de 20 anos em que fiz tudo de forma correta”.

A FCA tem problemas mais graves do que o meu para avaliar no sector dos serviços financeiros e peço desculpas por ter tomado o seu tempo neste momento crítico para o futuro do centro financeiro e da sua reputação“, conclui Burrows.

ZAP / BBC

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