Fina camisola inspirada em pelo de urso polar é mais quente que o seu casaco de inverno

M. Wu et al./Science

Inovadora fibra exibiu uma elasticidade notável de até 1000% sem danos e superou um casaco de penas, uma camisola de lã e uma camisa de algodão em isolamento térmico graças a um revestimento de poliuretano termoplástico.

Inspirada na pelagem do urso polar, uma inovadora fibra sintética oferece um calor equivalente a um casaco de penas, apesar de ser significativamente mais fina e leve.

Cientistas da Universidade de Zhejiang conseguiram-no recorrendo a um núcleo de aerogel revestido com poliuretano, que mantém as propriedades isolantes da camisola mesmo depois de esta ser esticada, lavada ou tingida.

Os aerogeis já são famosos pelas suas excecionais capacidades de retenção de calor — são usados inclusivamente em isolamento de edifícios — mas ao mesmo tempo provam muitas vezes serem demasiado frágeis para têxteis, lembra a Nature.

No entanto, os investigadores viram a solução no urso polar, cujos fios de pelo contêm um núcleo poroso cheio de bolsas de ar para retenção de calor, rodeado por uma casca exterior resistente e impermeável, segundo o estudo publicado na Science.

Para imitar este design, a equipa criou fibras de aerogel com recurso a uma técnica de congelamento por rotação e revestiu-as com poliuretano termoplástico, um material encontrado frequentemente em equipamentos desportivos.

Os resultados foram surpreendentes: a nova fibra exibiu uma elasticidade notável de até 1000% sem danos, enquanto manteve as suas qualidades isolantes, mesmo após testes rigorosos como exposição à água e estiramento repetido.

Uma camisola feita desta fibra de aerogel superou um casaco de penas, uma camisola de lã e uma camisa de algodão em isolamento térmico, mesmo a uma temperatura de -20. °C.

Apesar da sua finura, a temperatura média da superfície da camisola de aerogel estabeleceu-se nos 3,5 °C, ligeiramente melhor que os 3,8 °C do casaco de penas, e significativamente melhor que as peças de algodão e lã. A sua durabilidade também foi comprovada em testes de máquina de lavar.

Embora a inovação assinale um passo significativo para a criação de têxteis térmicos finos — e talvez possa a vir revolucionar o vestuário para desporto, militar e exploração espacial, eliminando a necessidade de materiais derivados de animais — permanecem os desafios na escalabilidade da produção para uso generalizado devido ao processo de fabricação atual, lento e intensivo em energia.

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