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Fim das portagens em ex-SCUT: uma incógnita no Parlamento

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PedroPVZ / Wikimedia

A28 (Póvoa de Varzim)

Ninguém sabe o que vai acontecer no debate na Assembleia da República. Receita aumenta apesar dos descontos.

A Assembleia da República debate nesta quinta-feira, por iniciativa do PS, o fim das portagens em autoestradas ex-SCUT, propostas com um desfecho incerto uma vez que os partidos não “abriram o jogo” em relação aos sentidos de voto.

Ao projeto de lei do PS – que tinha sido anunciado pelo líder, Pedro Nuno Santos, durante o debate do Programa do Governo de Luís Montenegro no início de abril – juntaram-se os de BE e PCP e ainda os projetos de resolução (sem força de lei) de IL, PSD/CDS-PP, PAN e Chega.

Com a atual geometria da Assembleia da República e com os partidos a não adiantar à Lusa qual será o sentido de voto nas diferentes iniciativas, o desfecho destas votações é ainda uma incógnita.

Para a proposta do PS ser aprovada, é necessário que o Chega se abstenha ou vote a favor, mas o partido liderado por André Ventura não quis indicar o seu sentido de voto.

O Chega apresentou um projeto de resolução que prevê um plano gradual de isenção do pagamento de portagens, a ser implementado no prazo de seis anos. Esta proposta diverge do projeto de lei do PS, que visa eliminar as portagens nas ex-SCUT a partir de janeiro do próximo ano.

O Chega recomenda também “uma redução de 15% das taxas de portagem” ainda este ano e de 25% “nas vias da zona interior e Algarve”.

A proposta do PS pretende terminar com as portagens na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 -Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 – Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

Na mesma linha e apenas com algumas diferenças nas vias abrangidas são os projetos de lei do BE e PCP.

Os bloquistas pretendem eliminar as portagens para as autoestradas de acesso às regiões do interior (A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41, A42) e os comunistas querem abolir este pagamento na A4, A13, A22, A23, A24, A25, A28, A29, A41 e A42.

Os partidos do Governo, PSD e CDS-PP, juntaram-se num projeto de resolução que recomenda a redução gradual e financeiramente responsável de portagens no interior e nas grandes áreas metropolitanas, pretendendo que o executivo apresente ao parlamento os custos envolvidos com a adoção desta medida e um estudo que fixe os valores base que acautelem os custos de manutenção das vias.

Também sem força de lei, a IL recomenda ao Governo que avalie o custo-benefício de isentar de portagens as antigas SCUT e o PAN sugere a renegociação dos contratos de parcerias público-privadas do setor rodoviário.

Receita aumenta

Há quase três anos foram aplicados descontos de 50% em antigas SCUT. No entanto, as receitas nas portagens para a Infraestruturas de Portugal cresceram, destaca o Jornal de Notícias.

Um motivo forte: mais carros passam por essas estradas, devido à redução do preço da portagem para metade.

Apesar de esse desconto representar uma quebra de receitas de quase 230 milhões de euros nesse capítulo, no global os ganhos subiram 8,1% para 364 milhões de euros em 2022 e, já no ano passado, subiram ainda mais (11%) para 404 milhões de euros.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. A Incógnita , reside essencialmente , que imposto adicional futuro vão inventar para compensar esta esmola oferta graciosamente aos utilizadores das ditas (SCUTS) ?

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