Filho de português que morreu em mina é um dos mineiros que resgatam Julen

O resgate de Julen, o bebé de 2 anos que caiu num poço em Málaga, entrou na recta final e acredita-se que hoje será encontrada a criança. Entre os mineiros que escavam o estreito poço está o filho de um português que morreu numa mina nas Astúrias.

As operações para o resgate de Julen, o bebé de dois anos que há 13 dias caiu num poço de perfuração de água em Totalán, Málaga, entraram na fase final.

As expectativas apontam para que a criança seja encontrada nesta sexta-feira, com a intervenção de oito mineiros da Brigada de Resgate Mineiro de Hunosa que estão em acção no terreno, com recurso a martelos e explosivos.

Entre estes mineiros está Lázaro Alves Gutiérrez, o filho de um mineiro português que morreu nas Astúrias, numa explosão numa mina, há 25 anos.

A história é divulgada pelo El Español que nota que o pai de Lázaro, Eduardo Alves, natural de Bragança, foi uma das 14 vítimas do acidente no poço San Nicolás, nas Astúrias, naquela que ficou conhecida como a ‘Noite Negra’.

Eduardo Alves trabalhava em Gijón na extracção de carvão e morreu com apenas 35 anos depois de uma explosão na mina.

Lázaro tinha menos de 10 anos naquela altura, mas apesar do destino trágico do pai, acabou por escolher a mesma profissão de mineiro. E nas últimas horas, é um dos homens que desce pelo estreito poço por onde caiu Julen na tentativa de o resgatar.

A operação é complicada, nomeadamente devido à dureza do solo. Os mineiros têm recorrido a explosivos, em pequenas detonações controladas, para abrirem caminho.

Os mineiros têm que descer até uma profundidade de 73 metros e subir pelo estreito túnel aos pares, dentro de uma cápsula que foi construída propositadamente para o resgate da criança.

Cada equipa de mineiros só pode ficar no fundo do poço por 40 minutos, sendo depois substituída por outra. Como únicos equipamentos, levam uma pá, um machado e um martelo.

A imprensa espanhola refere que já foram escavados cerca de 1,5 metros dos 3,8 previstos até ao local onde se acredita que esteja Julen.

O porta-voz da Guardia Civil, Jorge Martín, não quis adiantar, em conferência de imprensa, quando é que será previsível terminar o túnel e chegar ao bebé. “A montanha manda no nosso trabalho”, referiu.

SV, ZAP //

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