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Ferrovia circular de 825 quilómetros vai unir o maior deserto da China

Este é mais um dos projetos de grande impacto económico em que a China está a investir. Espera-se que a linha favoreça sobretudo os habitantes locais, mas que também seja uma atração turística.

O Governo da China anunciou que concluiu a implantação de um importante projeto ferroviário nacional que vai da cidade de Hotan até Ruoqiang. O troço estende-se por 825 quilómetros, revelou um comunicado de imprensa.

A ferrovia Hotan-Ruoqiang é a parte final da linha do deserto de Taklimakan, que representa a primeira linha ferroviária circular do mundo a ser implantada num deserto. A sua construção começou em 2018 e espera-se que o projeto esteja totalmente operacional em junho do próximo ano.

O deserto de Taklimakan é o maior da China e a linha do circuito ferroviário inclui ainda a ferrovia de Golmud-Korla, Kashgar-Hotan e outras do sul de Xinjiang.

De acordo com Yang Baorong, líder do projeto da ferrovia Hotan-Ruoqiang, “esta linha atravessa a extremidade sul do Deserto Taklimakan. As tempestades de areia representam uma séria ameaça à construção e operação da ferrovia, pois os trilhos podem ser enterrados”.

Devido a este problema, foram instalados programas anti-desertificação ao mesmo tempo que a linha estava a ser construída. O projeto de construção conta assim com  aproximadamente 50 milhões de metros quadrados de grades ao longo dos trilhos.

Neste sentido, também foram construídos viadutos para permitir a passagem segura em locais conhecidos por serem suscetíveis a fortes tempestades de areia.

A nova linha foi planeada com o objetivo de reduzir o tempo de viagem entre as cidades. “Costumava-se demorar mais de dez horas de carro do condado de Qiemo à cidade de Hotan. Quando a ferrovia estiver no ativo, será mais rápido e confortável viajar”, ​​disse Dursun Mememin, habitante na região de Qiemo.

Além de melhorar as condições de transporte dos residentes ao longo da rota, a linha também deverá ajudar a acelerar o crescimento económico, tal como o desenvolvimento dos recursos minerais ao longo da rota. Também irá servir como estímulo ao turismo.

“Esta ferrovia trará riqueza, oportunidades e, mais importante, esperança, ao longo da rota”, disse Wang Jinzhong, presidente da Xinjiang Hotan-Ruoqiang Railway Co Ltd.

No início deste mês, um relatório da Railway Technology informou que a China pretende investir aproximadamente 154,88 mil milhões de dólares na expansão da rede ferroviária no Delta do Rio Yangtze (YRD) entre 2021 e 2025.

O investimento vai expandir as linhas ferroviárias na região em cerca de 22.000 quilómetros.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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