Raul Meireles: João Félix tem qualidade, mas os valores da transferência chocam

Justin Lane / EPA

O antigo internacional português Raul Meireles considerou que os valores da transferência de João Félix são chocantes, mas disse também ser necessário dar tempo ao jovem para mostrar o que vale. Em entrevista ao desportivo A Bola, falou ainda sobre o futuro e sobre a admiração que tem em Cristiano Ronaldo.

Em declarações ao jornal A Bola, o ex-futebolista estabeleceu uma comparação entre o jovem formado no FC Porto e Benfica com Cristiano Ronaldo. O Atlético de Madrid, recorde-se, pagou neste verão 126 milhões de euros pelo passe do jovem de 19 anos.

“Os valores atuais no futebol surpreendem-me, mas acho que, no futuro, vai ser ainda pior. Claro que são alturas diferentes, mas a única comparação que eu posso fazer é com o Cristiano Ronaldo. Vemos o Cristiano que ganhou tudo e custou aquilo que custou. O Félix tem qualidade, nada contra isso. Agora, os valores… É claro que chocam, choca um bocadinho”, afirmou Raul Meireles, que se retirou do futebol profissional em 2016.

O antigo internacional português considera que todos devem aceitar os valores que se praticam hoje em dia no futebol, deixando a João Félix a função de demonstrar que o preço que foi pago pela sua transferência foi um bom investimento.

“A única coisa que eu acho que devemos fazer enquanto adeptos do futebol é aceitar o que custou e deixá-lo provar o que vale. Se render, o dinheiro é bem gasto”.

Na mesma entrevista, o antigo jogador do Fenerbahçe e do FC Porto revelou que Cristiano Ronaldo é o jogador que mais gosta de ver em campo. “Gosto de ver muitos, mas tento seguir sempre o Cristiano. Além do jogador que é, tenho uma admiração muito forte por ele, por aquilo em que se tornou. E conheço o Cristiano desde muito novo. Estivemos sempre juntos. E acompanhei o crescimento dele como homem, principalmente. Tenho uma admiração muito forte por ele”, começou por dizer.

“CR7 é um jogador que me dá gosto ver e quero sempre que as equipas dele ganhem. Eu adorava o Iniesta. Tive oportunidade de jogar contra ele. Foi o único jogador a quem pedi a camisola. É verdade, nunca pedi nenhuma camisola. Não ligo, nem tenho nada em casa exposto do futebol. São coisas minhas”.

À Bola, o futebolista admitiu ainda que a não-convocatória para o Euro 2016 o deixou “triste” e que não pensa, pelos menos para já, voltar ao futebol

“É uma alegria ver o meu país conquistar algo mas, ao mesmo tempo, fiquei triste, porque não participei. Não é mágoa, mas é uma tristeza. Não posso ser falso e dizer que não me incomoda. (…) Adorava ter estado lá”.

“Já disse a muita gente que nunca me vão ver no futebol, mas depois às vezes ponho-me a pensar e eu não sei o que vou sentir daqui a uns anos. (…) Agora, neste momento, não me vejo no futebol. Vejo poucos jogos. Quando jogava também via poucos jogos. Adorava as palestras, quando tínhamos de estudar o adversário”.

“Desde que deixei de jogar, nunca mais fui a um estádio. (…) É algo que não me puxa. Gosto de ver o jogo na televisão, tranquilo. (…) Eu nunca gostei de ser famoso e não gosto de perguntas”, revelou ainda.

ZAP //

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