Ministério Público estará a investigar contrato com o clube portista. Comissão teria seguido para a esfera familiar de Pinto da Costa.
A operação «cartão vermelho» é o destaque desta semana da revista Sábado, que indica que as investigações do Ministério Público não se centram apenas nos negócios feitos à volta de Luís Filipe Vieira. O FC Porto também está a ser investigado.
Em causa um contrato celebrado entre o clube portista e a Portugal Telecom (que ainda não tinha sido adquirida totalmente pela Altice), entre o final de 2015 e o início de 2016. A comissão de mediação do negócio pode ter seguido para a “esfera familiar de Pinto da Costa“, presidente do FC Porto.
O negócio contou com uma empresa intermediária, a BM Consulting, que pertence a Bruno Macedo, empresário e advogado que também consta como arguido no «cartão vermelho». A TVI indicou que essa empresa conseguiu uma comissão de intermediação de 20 milhões de euros, mas o destinatário deste montante é que levanta dúvidas – Bruno Macedo é sócio numa empresa de um parceiro de negócios do filho de Pinto da Costa: Pedro Pinho, que trabalhou com Alexandre Pinto de Costa.
A revista Sábado acrescenta que as origens desta investigação remontam a 2018, centrada precisamente em Bruno Macedo e em Pedro Pinho. Os dois empresários foram colocados sob escuta e surgiram suspeitas à volta de comissões pagas no negócio com a Portugal Telecom e em transferências de jogadores.
O FC Porto já reagiu, nesta quinta-feira, e assegura: “O negócio celebrado com a PT/ALTICE em 2015, que garantiu ao Grupo Futebol Clube do Porto uma receita de cerca de 457 milhões de euros em 10 anos, não tendo o Futebol Clube do Porto celebrado qualquer contrato de intermediação e/ou pago qualquer quantia a este título, foi também devidamente formalizado documentalmente, auditado pelos revisores externos e Conselho Fiscal e devidamente comunicado à CMVM”.
A transferência que originou mais suspeitas foi a de Éder Militão, o internacional brasileiro que deixou o FC Porto por 50 milhões de euros, quando assinou contrato com o Real Madrid em 2019.
O emblema do Dragão também comentou esta transferência: “A transferência do atleta Éder Militão foi um negócio formalizado documentalmente – constando do respetivo dossier documental as intermediações contratadas -, registado nas instâncias desportivas internacionais, auditado por revisores externos e Conselho Fiscal e devidamente comunicado à CMVM”.
Se o FCP “limpa”, branco mais branco não há. E se esta suposta investigação estiver a ser feita pela procuradoria do Porto, pela PJ do Porto e Alta Autoridade fiscal do Porto, o prémio sai à casa, garantido. Pessoalmente e por alguma curiosidade, gostaria de saber onde param os 32 milhões das transferências de Militão e Felipe. Vendidos por 70 M, nas contas do clube entraram 38 M. Nenhum órgão de comunicação “populista” deu qualquer importância à coisa, tão trivial são os usos e costumes por aquelas bandas autonómicas.