“Farol cósmico” gira muito lentamente e deixa os astrónomos perplexos

Um objeto transiente foi detetado por radioastrónomos australianos e tem a rotação mais longa de todos os objetos já descobertos.

Segundo a Cosmos Magazine, este objeto poderá ajudar os astrónomos a descobrir o que está na origem destes enigmáticos objetos transientes de longo período.

Os objetos transientes de rádio de longo período são relativamente novos para a ciência, tendo sido observados pela primeira vez nos últimos 10 anos.

Libertam rajadas de ondas de rádio — com uma periodicidade, ou intervalo de recorrência — de 10 a 100 segundos. estas são observadas na Terra como explosões à medida que o objeto gira. A maioria das das explosões chega com intervalos de cerca de 18 a 54 minutos.

No ano passado, uma equipa de astrónomos revelou o período mais longo conhecido para um transiente de rádio que disparava rajadas de raios de rádio a cada 2,9 horas. Esse objeto, chamado GLEAM-X J0704-37, foi descoberto através do Murchison Widefield Array na Austrália Ocidental.

Agora, uma equipa que utiliza o radiotelescópio Australian Square Kilometre Array pathfinder da CSIRO, também na Austrália Ocidental, encontrou um objeto com mais do dobro da periodicidade.

Muitos dos envolvidos no estudo GLEAM-X J0704-37 também faziam parte da equipa que encontrou o novo objeto.

O novo transiente de rádio, denominado ASKAP J183950.5-075635.0 é descrito num artigo publicado na revista Nature Astronomy.

Tem um período, o que significa que o objeto que cria as explosões de rádio está a girar, 6,45 em 6,45 horas.

Os transientes de rádio de longo período são, por vezes, referidos como “faróis cósmicos”.

Não é claro que o são, mas os autores dizem que os astrónomos teorizam que podem ser anãs brancas altamente magnetizadas ou estrelas de neutrões.

“O ASKAP J1839-0756 pode melhorar a nossa compreensão da densidade populacional de transientes de rádio de longo período em estudos futuros, e a presença e as propriedades da emissão interpulsos podem testar modelos teóricos de objetos compactos”.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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