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Falta de médicos fecha urgências para grávidas no Verão

As urgências de obstetrícia dos quatro maiores hospitais de Lisboa vão fechar à vez durante este Verão. Uma medida que vai prolongar-se durante cerca de dois meses devido à falta de médicos.

Para “minorar os efeitos da falta de médicos”, que se agrava durante as férias, o Ministério da Saúde vai implementar um esquema rotativo de encerramento nas urgências de obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa e dos Hospitais de Santa Maria, de São Francisco Xavier e Amadora-Sintra.

A notícia é avançada pelo jornal Público que refere que cada unidade vai fechar à vez, de forma rotativa.

A medida vai entrar em vigor “a partir da última semana de Julho e até ao final de Setembro”, segundo a publicação que cita uma fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

A falta de médicos obstetras e de anestesistas tem sido um problema recorrente nestas unidades. Mas durante as férias, a situação tende a agravar-se.

Para evitar o pior dos cenários, a ARSLVT “propôs aos directores de serviço dos quatro hospitais que seja feita uma escala para que o encerramento das urgências não aconteça em simultâneo”, aponta o Público.

A medida ainda não está totalmente fechada, mas deve entrar em vigor a partir da última semana de Julho e entre os meses de Agosto e Setembro.

Uma “solução de remendos”

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia, Luís Graça, esta “é uma solução de remendos” que não vai resolver o verdadeiro problema.

Em declarações à TSF, o antigo chefe de serviço na obstetrícia do Hospital de Santa Maria pede “uma solução de fundo” ao Governo, desafiando o Ministério das Finanças a “abrir os cordões à bolsa para permitir a contratação de médicos especialistas nestas duas áreas: obstetrícia e anestesia”.

De resto, o encerramento de urgências acarreta “riscos para todas as partes envolvidas”, alerta Luís Graça.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia frisa ainda que esta situação de ruptura “era previsível”. “Têm saído especialistas dos hospitais públicos, nomeadamente do Hospital de Santa Maria saíram recentemente três especialistas”, aponta, lamentando que “como não tem havido reposição de especialistas, mais tarde ou mais cedo isto tinha de acontecer”.

ZAP //

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