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Faca que “cheira” tumores e órgãos impressos em 3D. É este o futuro da medicina?

Cancer Research UK

iKnife, a faca que “cheira” tumores

O campo dos cuidados de saúde está em constante evolução e os avanços tecnológicos estão a moldar o futuro da medicina.

Desde robôs cirúrgicos totalmente autónomos a órgãos impressos em 3D, eis algumas inovações revolucionárias que podemos esperar ver nos próximos anos, compiladas pela revista WIRED.

Robô cirúrgico autónomo

Os investigadores da Universidade Johns Hopkins estão a desenvolver um robô cirúrgico chamado Smart Tissue Autonomous Robot, que tem a capacidade de realizar cirurgias de forma autónoma.

Equipado com visão 3D e um algoritmo de machine learning, este robô pode planear e adaptar-se durante uma cirurgia. Numa demonstração bem sucedida, o robô realizou um procedimento cirúrgico em modelos de tecido de porco, suturando as extremidades do intestino. Esta tecnologia tem potencial para revolucionar o domínio da cirurgia e melhorar os resultados para os doentes.

Sanita inteligente

As sanitas inteligentes também deverão desempenhar um papel importante nos cuidados de saúde do futuro. A Withings lançou o U-Scan, um dispositivo de análise de urina que se fixa à sanita.

O U-Scan monitoriza biomarcadores na urina, como os níveis de cetona e vitamina C, fornecendo informações valiosas sobre a saúde de uma pessoa. Além disso, pode monitorizar as flutuações hormonais mensais das mulheres, medindo os níveis da hormona luteinizante e o pH. Este método não invasivo e conveniente de monitorização da saúde tem o potencial de detetar doenças e permitir uma intervenção precoce.

Terapia de realidade virtual

A terapia de realidade virtual tem-se mostrado promissora no tratamento de vários problemas de saúde mental. Investigadores da Universidade de Oxford e da Oxford VR realizaram um estudo que demonstrou a eficácia desta terapia na redução dos sintomas de doentes com agorafobia – o medo de estar em situações ou lugares dos quais não há como escapar facilmente.

A terapia, denominada gameChange, mergulha os pacientes em ambientes simulados, permitindo-lhes confrontar e ultrapassar os seus medos. Esta abordagem inovadora está agora a ser implementada, oferecendo novas possibilidades para o tratamento da saúde mental.

Órgãos impressos em 3D

O campo da bioimpressão está a avançar rapidamente, com a capacidade de criar órgãos impressos em 3D. No ano passado, uma mulher norte-americana recebeu um implante de orelha direita impresso em 3D, feito com células de cartilagem colhidas do seu próprio corpo.

Laboratórios de todo o mundo também imprimiram com sucesso pele, ossos e mini-órgãos. Este avanço tem o potencial de resolver a crise de escassez de órgãos e de proporcionar a sua substituição personalizada, melhorando a vida de inúmeros doentes.

Monitorização sem contacto

A monitorização sem contacto é outra área de inovação nos cuidados de saúde. Engenheiros da Austrália e do Iraque desenvolveram um monitor capaz de medir a tensão arterial, a temperatura e a saturação de oxigénio de um doente sem contacto físico.

Através da análise de imagens de vídeo da testa de um doente, é possível extrair sinais vitais de saúde utilizando algoritmos de processamento de imagem. Esta abordagem não invasiva à monitorização tem o potencial de aumentar o conforto do doente e melhorar a eficiência dos cuidados de saúde.

Notas clínicas automáticas

No domínio da documentação, o software de reconhecimento de voz já está a simplificar o fluxo de trabalho dos médicos. A Nuance, pertencente à Microsoft, lançou uma versão atualizada do seu software denominada DAX Express.

Este software gera automaticamente notas clínicas durante a consulta de um paciente, utilizando a IA ambiente e o GPT-4 da OpenAI. Esta inovação reduz a carga administrativa dos profissionais de saúde e permite-lhes concentrarem-se mais nos cuidados aos doentes.

Ressonâncias magnéticas portáteis

A Hyperfine, uma empresa de tecnologia da saúde, desenvolveu um scanner de ressonância magnética portátil chamado Swoop. Este dispositivo pode ser transportado para o quarto do doente, ligado a uma tomada normal, e permite efetuar um exame ao cérebro em apenas 30 segundos.

Embora a resolução seja inferior à dos scanners de ressonância magnética convencionais, o preço acessível e a portabilidade do Swoop tornam-no uma opção acessível para muitas unidades de saúde.

Faca que “cheira” tumores

Instrumentos cirúrgicos inteligentes como a iKnife estão também a transformar a deteção do cancro. Desenvolvida por investigadores do Imperial College de Londres, a iKnife combina uma lâmina eletrocirúrgica com um espectrómetro de massa.

A iKnife consegue detetar rapidamente doenças, alcançando uma precisão de diagnóstico de 89% para o cancro do útero. Esta inovação tem o potencial de melhorar a precisão cirúrgica e melhorar os resultados do tratamento.

ZAP //

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