Planetas “casca de ovo” fazem parte da panóplia de exoplanetas existentes (mas não são adequados para a vida)

(dr) NASA

Impressão de artista de um exoplaneta "casca de ovo"

Impressão de artista de um exoplaneta “casca de ovo”

Uma equipa de astrónomos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, detetou estranhos planetas “casca de ovo” a orbitar estrelas distantes. É muito pouco provável que estes mundos sejam habitáveis.

Os planetas “casca de ovo” estão entre o leque de exoplanetas existentes no Universo. Segundo o comunicado da universidade norte-americana, estes mundos rochosos têm uma camada exterior ultrafina e muito frágil, e é muito pouco provável que contenham placas tectónicas, o que causa dúvidas quando à sua habitabilidade.

Paul Byrne, geólogo e autor do estudo, disse que outras investigações localizaram pelo menos três destes planetas pelo que, no futuro, poderiam ser utilizados telescópios espaciais para analisar os corpos celestes em maior detalhe e, assim, confirmar as suas características geológicas.

“Saber se existe a possibilidade de haver placas tectónicas é algo realmente importante para conhecer estes mundos, uma vez que são necessárias para que um grande planeta rochoso seja habitável”, sustentou o investigador.

É por isso que, no entender do especialista, é especialmente importante procurar mundos semelhantes à Terra em torno de outras estrelas e caracterizar a sua habitabilidade.

Os planetas têm certas qualidades inerentes aos próprios planetas – como o seu tamanho, a temperatura interior e os materiais de que são feitos – e propriedades em função do ambiente do planeta – como a sua distância em relação ao Sol.

Os planetas que os humanos melhor conhecem são os do nosso próprio Sistema Solar, mas as verdades não são necessariamente universais para os planetas que orbitam outras estrelas.

Uma das principais características que tornaria um exoplaneta habitável é o facto de ser rochoso, como a Terra, Marte ou Vénus.

Byrne e a sua equipa quiseram descobrir os parâmetros planetários e estelares que desempenham o papel mais importante na determinação da espessura da camada exterior quebradiça de um planeta, que é conhecida como a litosfera.

A espessura desta camada ajuda a determinar se, por exemplo, um planeta pode suportar topografia elevada, como montanhas, ou se tem o equilíbrio certo entre rigidez e flexibilidade para que uma parte da superfície mergulhe por baixo de outra.

A tectónica de placas ajuda a Terra a regular a sua temperatura ao longo de escalas de tempo geológicas e é considerada um componente importante da habitabilidade planetária.

A equipa realizou várias modelagens e estabeleceu  como é que os exoplanetas “casca de ovo” poderiam ser formados. Segundo o estudo, “a temperatura da superfície é o fator dominante, dado que rege a espessura da camada frágil”.

Os modelos determinaram que os mundos que são pequenos, velhos ou distantes da sua estrela têm provavelmente camadas espessas e rígidas. Ainda assim, em algumas circunstâncias, os planetas podem ter uma camada exterior frágil com apenas alguns quilómetros de espessura – os tais planetas “casca de ovo”.

Estes planetas podem assemelhar-se às terras baixas de Vénus,  planícies que contêm vastas extensões de lava, mas pouco terreno de altitude, uma vez que a litosfera é fina como resultado da temperatura da superfície em chamas.

A temperatura média da superfície de Vénus é de, aproximadamente, 471 graus Celsius.

No fundo, os exoplanetas “casca de ovo” podem ser semelhantes à Terra nos seus primórdios, possuem elementos radiogénicos que os aquecem a partir do seu interior e, como estão muito próximos às suas estrelas, dá-se um efeito de estufa.

O artigo científico foi publicado recentemente no Journal of Geophysical Research.

ZAP //

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