Sim e não: Embora não sejam perfeitamente esféricos, os planetas por natureza tendem a ser arredondados, com variações que dependem de vários fatores.
Em declarações à Live Science, a cientista portuguesa Susana Barros, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, explicou que uma das especificações de um planeta é “ter massa suficiente que o torne redondo”.
No entanto, a noção de que os planetas são esferas perfeitas é questionável.
A Terra, por exemplo, possui uma protuberância equatorial devido à força centrífuga resultante da sua rotação. Esta força provoca uma leve redução no peso dos objetos no equador comparativamente aos polos.
Na Terra, a protuberância é ligeira mas significativa. Como explica a Live Science, devido às diferenças na força centrífuga e à distância do centro da Terra, as coisas pesam cerca de 0,5% menos no equador do que nos pólos.
Este efeito de protuberância é exacerbado em planetas com rotação rápida, levando a um achatamento nos polos. Como explicou Susana Barros, “se o planeta estiver a rodar muito depressa, os pólos ficam achatados”, conferindo um formato oval, semelhante ao de uma bola de râguebi.
Mas a força centrífuga não é a única que pode alterar a forma de um planeta.
Também à Live Science Amirhossein Bagheri, investigador de ciência planetária e geofísica no Instituto de Tecnologia da Califórnia, explicou que “se o corpo estiver suficientemente próximo da estrela hospedeira, as forças gravitacionais que atuam sobre o corpo tornam-se tão grandes que o planeta fica esticado”.
O “planeta râguebi” WASP-103 b
Um bom exemplo é o exoplaneta WASP-103 b – um gigante gasoso descoberto precisamente por investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, à margem de um estudo publicado em 2022 e liderado por Susana Barros.
Devido à sua proximidade com uma estrela substancialmente maior que o Sol, este planeta adquire uma forma distorcida, semelhante a uma lágrima, por causa das intensas forças gravitacionais exercidas pela estrela.
O WASP-103 b está também a orbitar a sua estrela muito rapidamente, o que leva a um achatamento dos seus pólos. O resultado é um “planeta esmagado”.
Apesar de todas essas deformações, todos os planetas mantêm uma forma predominantemente esférica.