Exército britânico chamado para reforçar hospitais perante elevado número de absentismo

Andy Rain / EPA

Números de absentismo são os mais elevados registados no país desde que começou a administração da vacina contra a covid-19.

O ministro da Defesa britânico anunciou esta sexta-feira que o Governo já começou a mobilizar o exército para apoiar as unidades hospitalares do país face ao elevado absentismo que se tem registado nos últimos dias devido à quantidade de profissionais isolados por testarem positivo à covid-19, numa altura em que o número de infeções bate recordes. A capital parece ser o território mais atingido, com os hospitais londrinos do serviço nacional de saúde a receberem 200 militares.

À semelhança do que tem acontecido nos outros países, no Reino Unido assistiu-se a uma subida abrupta do número de casos, a qual é atribuída à variante Ómicron e à sua maior transmissibilidade. Ao longo da última semana, os números diários superaram diariamente a marca das 150 mil infeções. Ainda assim, Boris Johnson insiste que não será necessária a adoção de mais medidas para restringir os contágios, graças à vacinação e à aparente menor severidade da nova estripe. Nos seus discursos tem, no entanto, alertado para o desafio que serão as próximas semanas, com muito dos profissionais de saúde a cumprirem isolamento.

Para além do reforço na capacidade de resposta hospitalar, foram também destacados militares para os programas de testagem e de vacinação.

“Mais uma vez, eles apresentara-se para assistir os trabalhadores do serviço nacional de saúde que estão a trabalhar 24 sobre 24 horas em toda a capital, ajudando o serviço de saúde a atravessar este período de inverno difícil quando a procura é maior”, explicou Sajid Javid, ministro da Saúde.

De acordo com o The Guardian, atualmente, mais de 40 mil profissionais de saúde não estiveram nos hospitais do país durante um período superior a dois dias — o número mais elevado desde que começou a administração da vacina contra a covid-19. Uma média de 35,596 profissionais de saúde estivam infetados com o novo coronavírus na última semana, novamente o número mais alto desde janeiro de 2021, no pico da segunda vaga.

O número de infeções entre profissionais de saúde cresceu 41% na semana de 2 de janeiro, segundo dados oficiais disponibilizados pelo ministério da Saúde britânico — isto materializou-se numa subida de 25 mil para 36 mil. Trata-se também da terceira semana consecutiva em que o absentismo supera a marca dos 40%. Ainda assim, e tal como nota o The Guardian, estes números são muito inferiores aos registados durante a primeira onda da pandemia da covid-19, quando 83 mil profissionais de saúde estiveram ausentes dos seus postos de trabalho.

Ao longo de quase dos anos de pandemia, o Reino Unido registou quase 150 mil mortes por covid-19 e mesmo antes da variante Ómicron ter sido detetada o seu serviço de saúde já enfrentava uma crise moral e de recursos humanos, de acordo com um relatório redigido pelos deputados britânicos e divulgado esta semana.

ZAP //

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