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“Um videojogo nos céus”. O exército americano está a criar o seu próprio metaverso

Os Estados Unidos apostam na tecnologia do metaverso para os treinar os seus soldados e também no tratamento do stress pós-traumático dos veteranos.

Por estes dias, parece que todos os negócios estão a investir milhões em troca de um espacinho no metaverso. Mas as empresas não são as únicas interessadas — os países já estão a fazer o mesmo, e o investimento do exército norte-americano no mundo virtual é prova disso.

O cruzar de caminhos entre o metaverso e o sector da Defesa pode parecer estranho, mas a verdade é que o exército já dispõe de todas as tecnologias necessárias para estas aventuras, como a realidade virtual, as simulações 3D ou a inteligência artificial, relata a Wired.

O objectivo está longe de ser a pura diversão. Na verdade, o investimento no metaverso traz benefícios concretos às forças militares.

Por exemplo, a mistura da realidade aumentada, da inteligência artificial e dos gráficos de videojogos dão aos pilotos de jatos a oportunidade para praticarem os combates contra oponentes virtuais de uma forma muito mais realista do que os simuladores normais e sem os riscos que estes exercícios acarretam na vida real.

Daniel Robinson é o fundador da Red6, a empresa que está a desenvolver esta tecnologia, e afirma que esta funciona em condições mais extremas e que é mais confiável do que os outros sistemas de realidade virtual oferecidos aos consumidores. “O que estamos a construir é um metaverso militar. É como um videojogo de vários jogadores no céu”, revela.

A tecnologia da Red6 também vários projetos da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency). Em Outubro de 2020, o sistema foi usado nos treinos dos pilotos ao obrigá-los a lutar contra um adversário virtual que conduzia uma aeronave. Este piloto virtual, criado pela startup EpiSci, aprendeu a manobrar o avião e a derrotar o oponente através de um processo de tentativa e erro. O sistema acabou por se tornar tão bom que conseguia sempre derrotar o seu adversário humano.

Outro projeto da DARPA pretende criar um assistente de inteligência artificial que observa o que um soldado está a fazer e aconselha-o falando com ele ou através de sons e gráficos.

O capacete do novo jato F-35, por exemplo, também inclui características de realidade aumentada que mostram os dados de telemetria e informações sobre o alvo, para além de imagens de vídeo das imediações da aeronave.

Estes investimentos não são de agora e as forças militares dos Estados Unidos já usavam estas tecnologias muito antes do Facebook ter virado Meta. Em 2014, por exemplo, o Projeto BlueShark permitiu aos marinheiros conduzir os navios e colaborar num ambiente virtual e desde então que o Projeto Avenger também é usado nos treinos dos pilotos da marinha norte-americana.

Em 2018, o exército dos EUA anunciou um acordo com a Microsoft no valor de 22 mil milhões de dólares para o desenvolvimento do seu próprio sistema de realidade virtual para os soldados.

Para além dos treinos mais práticos, a tecnologia também está a ser aplicada no tratamento do stress pós-traumático dos veteranos, como num hospital em Tampa.

ZAP //

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