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Exame ao sangue pode revelar Alzheimer antes de aparecerem sintomas

Fazer análises ao sangue pode revelar a doença de Alzheimer antes de começarem a aparecer sintomas. Em causa está uma proteína específica no sangue.

Cerca de duas décadas antes de aparecem sintomas da doença de Alzheimer, uma proteína chamada amilóide começa a formar-se no cérebro dos pacientes. Um exame ao sangue pode detetar a proteína e ajudar a diagnosticar a doença antes que os sintomas apareçam.

À medida que as placas amilóides se vão formando no cérebro, os níveis de uma proteína específica no sangue vão aumentando, revela um novo estudo publicado, na semana passada, na revista científica Journal of Experimental Medicine.

“A descoberta de uma espécie única de tau que está intimamente associada a alterações causadas por placas amilóides ajudará a identificar e prever pessoas que têm ou provavelmente desenvolverão a doença de Alzheimer”, disse o autor do estudo, Randall J. Bateman, professor de neurologia da Universidade de Washington.

“Isto acelerará bastante os estudos de investigação, incluindo a descoberta de novos tratamentos, além de melhorar o diagnóstico clínico com um simples exame ao sangue”, acrescentou.

O objetivo dos cientistas nos últimos anos tem sido tentar identificar pacientes que comecem a desenvolver esta proteína no cérebro o mais rapidamente e economicamente possível. Desta forma, assim que um medicamento eficaz fosse desenvolvido, as pessoas poderiam ser tratadas ainda antes de desenvolver qualquer tipo de sintoma.

A Tomografia por Emissão de Positrões (PET) é uma técnica de imagem médica recente que utiliza moléculas que incluem um componente radioativo. Quando administradas no corpo humano, estas moléculas permitem detetar e localizar reações bioquímicas associadas a determinadas doenças, sobretudo nas áreas da Oncologia, Cardiologia e Neurologia.

Esta técnica pode ser usada para detetar placas amilóides, mas é demasiado demorada e cara para ser amplamente utilizada para triagem ou diagnóstico, realça o Futurity. Como tal, os investigadores estão a trabalhar numa exame ao sangue que consiga detetar os níveis de amilóide no cérebro.

Os autores do estudo descobriram anteriormente que as pessoas com placas amilóides tendem a ter certas formas de tau no líquido cefalorraquidiano. No entanto, para conseguir uma amostra é necessário fazer uma punção espinhal, algo que muitos pacientes se mostram relutantes em fazer. Todavia, as proteínas no líquido cefalorraquidiano podem passar para o sangue, que é mais fácil de retirar uma amostra.

Se ao analisa o sangue forem encontradas estas formas específicas de tau, conhecidas como tau fosforilada 217, pode significar que o paciente tenha placas amilóides no cérebro.

“Este é apenas um estudo exploratório, mas achamos que a tau fosforilada 217 é um alvo promissor para um teste de diagnóstico precoce“, disse o coautor Nicolas Barthélemy.

“Havia uma grande diferença entre os grupos amilóide-positivo e amilóide-negativo, mesmo entre pessoas que eram cognitivamente normais. Tivemos que usar um grande volume de sangue neste estudo, mas estamos a trabalhar para reduzir o volume. Quando melhorarmos a maneira como estamos a preparar e a concentrar a amostra, estaremos um passo mais perto do desenvolvimento de um exame ao sangue baseado em tau que pode identificar pessoas em risco de desenvolver demência de Alzheimer antes que os sintomas surjam”, acrescentou.

ZAP //

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