Um ex-agente da PSP está a ser julgado por corrupção com multas de trânsito. Em tribunal, o arguido aparentou estar perdido, tendo precisado do auxílio da mulher. Mas fora do tribunal o comportamento foi diferente.
José Rebelo é ex-agente da Divisão de Trânsito da PSP do Porto, que é acusado de seis crimes corrupção passiva e falsificação de documentos agravados.
O reformado da PSP é acusado livrar o amigo Joaquim Carvalho dos Santos de multas onde era preciso indicar a identidade do condutor, a troco de dinheiro.
De acordo com o Jornal de Notícias (JN), José Rebelo “resolvia o assunto” indicando gente morta ou hospitalizada com os transgressores.
Joaquim Santos alegou que os dois automóveis alvo de multas eram “viaturas de cortesia” que emprestava a alguns clientes, mas não sabia a quem, uma vez que não fazia esse registos
Já o ex-polícia não falou em tribunal, aparentando ter problemas cognitivos e de surdez, tendo o seu advogado solicitando perícia médica que o declarasse incapaz. Meia hora depois do início da sessão, por iniciativa da presidente do coletivo, José Rebelo abandonou o tribunal pela mão da mulher.
Mas o comportamento de José Rebelo foi ambíguo. Se, por um lado, na sala de audiência estava, como descreve o JN, com um “olhar perdido” e amparado pela mulher; por outro, fora estava, aparentemente, sem problemas. No início, entrou normalmente no tribunal e falou com amigos e testemunhas. Ao ir embora, já fora do tribunal pareceu ter recuperado e não voltou a precisar do auxílio da mulher.
Segundo o matutino, o MP pediu a condenação dos arguidos: pena suspensa para José Rebelo, pela pretensa doença “que ninguém sabe qual”; e prisão efetiva para Joaquim Santos. A leitura do acórdão ficou marcada para dia 30 de outubro.