O Presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs o “desaparecimento” do Conselho de Segurança da ONU por considerar que não promove a paz e defendeu a adesão da Rússia ao G77 + China, cuja cimeira arrancou este sábado.
“São precisos organismos internacionais que fomentem a paz, que eliminem as hierarquias mundiais e que promovam a igualdade entre os Estados. Por isso, o Conselho de Segurança da ONU tem que desaparecer, porque em vez de assegurar a paz entre as nações tem promovido a guerra”, afirmou Evo Morales, na cimeira do G77 + China, que arrancou, este sábado, na cidade boliviana de Santa Cruz, no leste do país.
Para o chefe de Estado da Bolívia, o organismo é antes um “conselho de insegurança” que promove “invasões” para que as potências se apoderem dos recursos naturais de outras nações.
Neste sentido, insistiu no caso de Cuba que, a seu ver, é alvo de um “injusto” bloqueio económico, denunciando ainda “ataques e políticas ilegais dos Estados Unidos contra a Venezuela”.
Evo Morales convidou ainda a Rússia e outras nações a juntarem-se ao G77, constituído atualmente por 133 países em desenvolvimento e emergentes e pela China, a fim de contribuírem para a execução de reformas e para a construção de alianças económicas, científicas, tecnológicas e culturais.
Neste contexto, chamou a atenção para o facto de o G77 não contar com uma “instituição própria” que torne eficazes “as abordagens, declarações e planos de ação” traçados pelos seus membros, pelo que defendeu o estabelecimento do Instituto de Descolonização e Promoção Sul-Sul, com sede na Bolívia.
“Este instituto seria responsável por prestar assistência técnica aos países do Sul para aprofundar a implementação das propostas do G77 + China”, indicou.
O discurso do Presidente da Bolívia fechou a cerimónia de inauguração da cimeira do G77, bloco que celebra o 50º aniversário, que se reúne, este domingo, para debater uma agenda de desenvolvimento global para depois de 2015, ano em que a comunidade internacional estabeleceu como prazo para cumprir os Objetivos do Desenvolvimento do Milénio da ONU.
/Lusa