EUA recuam na decisão de negar vistos a estudantes estrangeiros que estejam em ensino à distância

Jim Lo Scalzo / EPA

O Governo dos Estados Unidos recuou na decisão de negar vistos a estudantes provenientes de outros países e cujas aulas permaneceriam virtuais no início do ano académico por causa da pandemia.

De acordo com o juiz federal que comunicou a decisão, citado pela agência France-Presse, “as partes chegaram a um acordo” e, por isso, o Executivo liderado pelo republicano Donald Trump “concordou em anular a decisão”.

Segundo a Deutsche Welle, a audiência tinha sido marcada para durar 90 minutos, na expectativa de uma defesa acalorada dos dois lados, mas em menos de dois minutos o Governo concordou em recuar.

Esta medida acabou por ser contestada judicialmente pela Universidade de Harvard, sediada em Cambridge, e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Esta contestação também foi apoiada por outras universidades norte-americanas e pelos sindicatos de professores de quase 20 estados.

O Governo anunciou, a 6 de julho, que não permitiria a permanência dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos se as suas universidades decidirem, por causa da pandemia de covid-19, usar o ensino à distância, no início do próximo ano letivo.

Segundo o semanário Expresso, a medida previa que todos os alunos estrangeiros a estudar em escolas a funcionar exclusivamente à distância fossem deportados, a menos que encontrassem uma outra escola no país. Também novos vistos deixariam de ser emitidos se a finalidade fosse estudar em alguma destas escolas.

“Vamos defender vigorosamente este caso, para permitir que os nossos estudantes estrangeiros – e estudantes estrangeiros de todas as universidades do país – continuem os seus estudos sem correr o risco de serem expulsos”, disse o presidente da Universidade de Harvard, Lawrence Bacow, na sua conta do Twitter, anunciando a iniciativa conjunta com o MIT.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano atacou violentamente a Universidade de Harvard, descrevendo como “ridícula” a sua decisão de manter todos os cursos em plataformas virtuais devido à pandemia.

O mesmo semanário escreve que a norma tinha sido interpretada como uma forma de o Presidente forçar as instituições de ensino a reabrir.

Harvard tem cerca de cinco mil estudantes estrangeiros, de um total de cerca de 23 mil estudantes. O MIT conta com quase um terço dos estudantes estrangeiros nas listas de inscritos.

ZAP // Lusa

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