Os Estados Unidos vão colocar a imagem de uma mulher numa nota pela primeira vez em mais de um século, quebrando a tradição de estampar homens brancos considerados heróis políticos.
O Departamento do Tesouro anunciou esta semana que uma mulher, que ainda não foi escolhida, é a mais provável “vencedora da nossa democracia inclusiva” para surgir nas notas de dez dólares a partir de 2020, substituindo Alexander Hamilton, o primeiro secretário norte-americano do Tesouro.
Apenas duas vezes antes foram escolhidas mulheres para aparecerem em divisas de papel norte-americanas.
Martha Washington, a mulher de George Washington, esteve nas notas de 1 dólar nos anos 1880 e 1890. Pocahontas, uma mulher indígena norte-americana ligada ao estabelecimento colonial em Jamestown, surgiu entre um grupo de pessoas nas notas dos anos 1860.
O secretário do Tesouro, Jacob Lew, disse que a mulher nas notas de dez dólares será escolhida pelo Departamento do Tesouro após serem reunidas as ideias do público “sobre quais as melhores qualidades que representam a democracia”.
Lew disse que a mudança vai acontecer no 100º aniversário do sufrágio das mulheres, quando as norte-americanas ganharam o direito ao voto.
“As nossas notas – e as imagens de grandes líderes americanos e os símbolos que eles representam – há muito que são uma forma de honrarmos o nosso passado e expressarmos os nossos valores”, disse.
Atualmente, todas as pessoas representadas em notas norte-americanas são homens que tiveram um papel relevante na história do país.
Há poucos meses foi levada a cabo uma campanha para colocar uma mulher nas notas de 20 dólares, substituindo a face do 7º Presidente dos EUA, Andrew Jackson, um dos fundadores do partido Democrata mas que também incentivou leis como o Indian Removal Act de 1830, também conhecido como “Trail of Tears” (rasto de lágrimas), que expulsou os índios do sudeste norte-americano e levou à morte de milhares de nativos devido a doenças e fome no processo de migração forçada.
A escolha popular recaiu sobre Harriet Tubman, uma das abolicionista da linha da frente antes da Guerra Civil, e a campanha continua agora a recolher assinaturas para que a nota seja mudada até 2020.
ZAP / Lusa