O governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou na segunda-feira novas sanções a 23 pessoas e 21 entidades ligadas ao governo bielorrusso e aliadas do Presidente Alexander Lukashenko, numa resposta à contínua repressão política e corrupção do regime.
Em comunicado, citado pela NPR, o Presidente norte-americano Joe Biden disse que as ações do regime de Lukashenko “são um esforço ilegítimo para manter o poder a qualquer preço. É responsabilidade de todos aqueles que se preocupam com os direitos humanos, eleições livres e justas e liberdade de expressão resistir a esta opressão”.
Estas sanções ocorrem no aniversário de um ano da eleição de Lukashenko para um sexto mandato, numa votação que os EUA e a União Europeia (UE) consideram fraudulenta. Ativistas de direitos humanos dizem que há atualmente 610 presos políticos no país, e a oposição afirma que mais de 35.000 pessoas foram detidas no ano passado.
As sanções visam empresários bielorrussos envolvidos em negócios de petróleo, carvão, tabaco e construção. Estas bloqueiam também os bens de membros dos serviços de segurança bielorrussos, em resposta à repressão contra manifestantes e oposição política.
A 23 de maio, as autoridades bielorrussas forçaram um avião que ia da Grécia para a Lituânia a pousar de emergência. A bordo estava Roman Protasevich, ex-editor e fundador de um blog de oposição e canal de media social. Este e a sua companheira, Sofia Sapega, foram detidos. As sanções incluem cinco oficiais bielorrussos ligados ao incidente.
A lista de sanções engloba ainda o Comité Olímpico Nacional da Bielorrússia, dirigido pelo filho de Lukashenko, Viktor Lukashenko.
Em conferência de imprensa na segunda-feira, em Minsk, o líder bielorrusso negou ser um ditador e acusou os seus oponentes de planear um golpe, afirmando que está disponível para negociar com o Ocidente.