Os Estados Unidos incentivaram hoje a União Europeia a dar mais ênfase à necessidade de Cuba aumentar o respeito pelos Direitos Humanos durante a sua negociação de um acordo de diálogo político e de cooperação com a ilha caribenha.
“Entendemos que a questão dos Direitos Humanos e as liberdades fundamentais em Cuba fará parte da negociação de um novo acordo entre a UE e Cuba. Isso é importante”, disse à Efe uma porta-voz do Departamento de Estado, que pediu o anonimato.
A porta-voz reagiu assim ao anúncio da abertura de negociações entre Bruxelas e Havana, acordada na segunda-feira pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, e sublinhou que os Estados Unidos mantêm um “diálogo muito bom” com a UE relativamente a Cuba.
“O Governo cubano continua a limitar as liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão e reunião pacífica, e aumentou o seu recurso às prisões de curto prazo para sufocar a dissidência pacífica”, disse a porta-voz.
Na segunda-feira. o Departamento de Estado condenou a detenção na semana passada do opositor cubano Jorge Luis García Pérez, conhecido como “Antúnez”, e os alegados maus-tratos à sua mulher, Iris Pérez, considerando-os um exemplo do “assédio contínuo do Governo cubano” aos dissidentes.
A porta-voz condenou Cuba para manter preso o norte-americano Alan Gross, detido em 2009 e condenado a 15 anos de prisão por “atividades subversivas contra o Governo cubano”.
O novo acordo entre a UE e Cuba vai entrar em negociação enquanto continua em vigor a “posição comum” que rege as relações com Havana desde 1996, pelo que não é esperada uma mudança na direção da relação do bloco europeu com a ilha, mas a criação de um novo instrumento para aprofundá-la.
A negociação deste acordo é o resultado do pedido feito pelos ministros à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, no final de 2012 para explorar as possibilidades de uma nova relação com a ilha.
/Lusa