EUA exigem a Pequim que pare de enviar espiões para repatriar chineses foragidos

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d.r. amnesty.org

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Os Estados Unidos exigiram ao Governo de Pequim que ponha fim às atividades secretas dos agentes que estão a operar em território norte-americano para repatriar cidadãos chineses procurados na China.

De acordo com o New York Times, as missões secretas fazem parte da operação “Caça à Raposa” que tem como objetivo forçar o regresso à China de pessoas que são procuradas por delitos como corrupção e, em alguns casos, proceder à apreensão de bens das pessoas alvo dos processos de busca.

Segundo informa o jornal, o aviso dos Estados Unidos para que sejam interrompidas as operações foi transmitido ao Governo de Pequim devido aos atos de “intimidação” alegadamente usados pelos agentes da República Popular da China.

Segundo a imprensa norte-americana, os agentes são funcionários do Ministério da Segurança Pública de Pequim, que pressionam os chineses expatriados nos Estados Unidos para que regressem de imediato à China.

As tácticas de intimidação incluem ameaças aos familiares dos fugitivos, refere o New York Times, que cita fontes oficiais norte-americanas não identificadas. A notícia refere que os agentes entram nos Estados Unidos com vistos turísticos ou a coberto de falsas atividades comerciais.

O jornal recorda que Pequim tem em prática uma campanha contra a corrupção foi imposta pelo Presidente Xi Jinping desde 2014, que já conseguiu o repatriamento de mais de mil alegados suspeitos.

Nos últimos meses, verificou-se o incremento das operações dos agentes da República Popular da China, num período em que se registam também várias tensões políticas e diplomáticas entre Washington e Pequim. Entre outros casos, os Estados Unidos suspeitam que a China seja responsável pelo roubo de milhões de arquivos com informações de funcionários norte-americanos.

De acordo com o Times, o aviso às autoridades chinesas sobre as operações secretas pode ser interpretado como um primeiro passo para a possível expulsão dos agentes.

O mesmo jornal escreve que um dos cidadãos da República Popular da China cujo repatriamento está a ser imposto é Ling Wancheng, um homem de negócios que se move em meios políticos e que chegou aos Estados Unidos e é residente em Sacramento, Califórnia, desde 2014.

As fontes consultadas pelo NYT não adiantam o número de indivíduos procurados nem se são alvo de perseguição política.

/Lusa

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