Estudo revela que um quilo de carne produz 60 quilos de gases com efeito de estufa

Um quilo de carne de vaca produz 60 quilos de gases com efeito de estufa, quase duas vezes e meia mais que o borrego, 60 vezes mais que milho e 120 vezes mais que cenouras ou batatas.

Na lista dos alimentos e emissões de gases o queijo está em terceiro lugar, com 21 quilos de gases com efeito de estufa por quilo de queijo, menos três quilos do que o borrego (24). Já um quilo de chocolate produz 19 quilos de dióxido de carbono (CO2), segundo uma lista baseada num estudo dos investigadores Joseph Poore e Thomas Memecek.

O estudo, no qual foram utilizados dados de 119 países, foi publicado na revista Science em 2018 e agora reformulado no portal Visual Capitalist, com a ajuda de gráficos, noticiou a agência Lusa.

Para calcular a pegada carbónica do alimento, desde a produção até ao consumo, foram consideradas variáveis como a mudança do uso da terra (como desflorestação para produzir pastagem), as emissões resultantes da produção, a alimentação para animais, o processamento do produto, o transporte, a venda a retalho e o embalamento.

A publicação A pegada de carbono na cadeia alimentar mostra que a carne de vaca é de longe o alimento que produz mais gases com efeito de estufa (mais do dobro do que o segundo alimento, o borrego), e que as nozes não só são as que produzem menos (300 gramas de CO2 por quilo de noz) como ainda têm um papel de sumidouro de carbono.

Além das nozes há alimentos cuja pegada carbónica é mínima, como as maçãs e os citrinos, os vegetais de raiz (do nabo à cenoura), seguindo-se as bananas, as ervilhas e o leite de soja, todos com menos de um quilo de CO2 por quilo de produto.

Na carne de vaca os principais fatores que influenciam a pegada carbónica são a conversão das terras, a alimentação e a produção de metano. No entanto a pegada do transporte é muito baixa.

Tendo em conta todos os fatores o café produz mais do dobro de CO2 do que a carne de porco ou de frango (que por não serem ruminantes não produzem metano).

No gráfico fica-se a saber também que o azeite produz seis quilos de CO2, que o peixe de aquacultura cinco quilos, que os ovos 4,5 quilos e que o arroz quatro quilos. Cada quilo de peixe selvagem produz três quilos de gases, o mesmo que o leite, e um quilo de tomate produz 1,4 quilos de CO2.

“Ao contrário da crença popular, o consumo de produtos produzidos localmente pode não ajudar na redução das emissões de maneira muito significativa”, afirma-se na página, que tem como missão destacar as tendências globais em várias áreas em forma gráfica e de leitura fácil.

Lusa //

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