Estudo mostra como lojas online nos levam a comprar coisas que não precisamos

Investigadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, mostram num novo estudo como é que as lojas online usam as chamadas técnicas de “padrão escuro” para levar as pessoas a gastarem mais dinheiro.

“Estas técnicas estão a manipular os utilizadores a tomar decisões que de outra forma não tomariam e a comprar coisas que não precisam”, afirma Gunes Acar, investigador da universidade norte-americana que participou no estudo, ao Business Insider.

Acar e o resto da equipa criaram uma ferramenta que analisou onze mil sites e-commerce e notaram que mais de 1.200 utilizavam as chamadas técnicas de “padrão escuro” para levar os consumidores a perderem mais tempo ou a comprarem mais coisas.

No geral, escreve o Science Alert, o estudo identificou 15 formas usadas pelas lojas online para manipular e coagir os utilizadores como, por exemplo, dificultando-lhes a vida ao cancelar uma compra, envergonhando-os quando tentavam sair do site ou recorrendo a testemunhos falsos.

“Mostrar um cronómetro a dizer que só nos restam cinco minutos (…) ou uma opção que diz ‘não obrigada, não quero pedir comida deliciosa’ em vez de um botão simples para cancelar um pedido – é definitivamente um limite muito baixo“, exemplifica Acar.

Muitos destes sites trabalham com terceiros para implementar designs mais manipuladores. O estudo identificou 22 desses fornecedores, notando que dois anunciam até abertamente as suas técnicas.

Com base neste estudo, o New York Times tentou replicar alguns dos seus resultados e descobriu que certos sites levam esta estratégia tão longe que, em alguns casos, há um cliente falso que está ativamente a comprar produtos nos quais estamos interessados.

“Num dia, uma certa ‘Abigail, de Albuquerque’ apareceu para comprar mais de duas dúzias de itens, incluindo vestidos nos tamanhos 2, 4, 6 e 8. Infelizmente, a Abigail parece não existir”, reporta o jornal norte-americano, tendo sido apenas criada para criar pressão nos consumidores e garantir que outra pessoa também comprou um determinado produto.

O conceito de “padrão escuro” não é exclusivo ao comércio na Internet. Os chamados ‘scammers’ também já usaram técnicas semelhantes para levar as pessoas a comprarem subscrições de certas aplicações e até mesmo o Facebook já foi acusado de se aproveitar desta estratégia para atrair os seus utilizadores a partilharem informações de contacto com os seus amigos e familiares.

ZAP //

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