Estudantes podem poupar 2.880 euros por ano (basta dormirem na cidade mais barata)

Estudantina Académica do ISEL / Facebook

Estudantina Académica do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Na hora de ir estudar para fora, o alojamento é uma dor de cabeça para os estudantes e respetivas famílias. Muitos querem e têm média para estudar na melhor Faculdade, mas não conseguem suportar o preço de um quarto. E se forem dormir à cidade mais barata?

Quando os jovens vão para o ensino superior, a primeira preocupação não devia ser o preço a pagar por um quarto ou uma casa. Mas, em muitas famílias, é mesmo isso que acontece.

Depois de serem colocados, muitos estudantes (alguns a dezenas ou centenas de quilómetros de casa) têm ainda de passar um “exame” complexo para entrar no ensino superior: ter alojamento.

Lisboa – a cidade que recebe mais estudantes – é também a cidade mais cara para viver. O preço médio de um quarto na capital é 480 euros.

Em contraste, este ano, a cidade onde o alojamento é, em média, mais barato é a Guarda: 160 euros por quarto.

Caso um estudante queira estudar em Lisboa, mas não consiga suportar o preço das casas, pode sempre optar por dormir na Guarda. Sempre poupava 2.880 euros por ano (contando que pagaria apenas nove meses de renda).

É evidente que ninguém vai fazê-lo. As logísticas associadas a outros custos não são sequer pensáveis.

Este foi apenas um exemplo das discrepâncias vividas em Portugal, que, em muitos casos, proíbe os jovens de seguir os sonhos, por problemas que não deveriam sê-lo.

Muitos estudantes ficam de parte

“O ensino superior é o melhor instrumento de mobilidade social, mas quando temos estes preços proibitivos de 500 ou 550 euros por um quarto, estamos a pôr de parte muitos estudantes”, alertou este domingo, em declarações à Lusa, o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Francisco Porto Fernandes.

“Preocupa-nos que, numa fase inicial, os estudantes nem considerem algumas opções por saberem que não conseguem pagar um quarto em Lisboa quando tinham média para isso, porque trabalharam para isso”, lamentou, por seu turno, a presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL), Mariana Barbosa.

De acordo com o mais recente Inquérito às Condições Socioeconómicas e Académicas dos Estudantes do Ensino Superior, nas contas mensais dos jovens, o alojamento representa precisamente a fatia mais pesada. Em média, os estudantes dizem gastar 903,9 euros por mês e cerca de 300 euros são para alojamento – o que representa um terço das despesas.

No Porto, outra das cidades mais requisitadas para estudar, as rendas quase chegam aos 390 euros. Setúbal (350 euros), Faro (350 euros), Aveiro (330 euros), Braga (320 euros) e Évora (300 euros) entram no lote das cidades mais caras para dormir.

No polo oposto, numa lista apresentada esta segunda-feira pelo Correio da Manhã, apenas na já referida Guarda (160 euros) e em Bragança (180 euros) o preço médio por quarto não ultrapassa os 200 euros.

Miguel Esteves, ZAP //

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