Os apresentadores do Britain’s Got Talent, Anthony David McPartlin e Declan Joseph Donnelly, e um apresentador do canal britânico ITV, Phillip Schofield, avançaram com processos contra a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em causa está o investimento num empreendimento de luxo no Algarve que nunca avançou.
O processo está relacionado com o empreendimento imobiliário The Keys que deveria nascer em terrenos situados perto da Quinta do Lago, na freguesia de Almancil, concelho de Loulé.
Os três apresentadores britânicos investiram, no total, 7,5 milhões de euros para a compra de três moradias com piscinas, cinema e bar, entre outros luxos, como reporta o Jornal de Negócios.
Só que o empreendimento acabou por nunca avançar devido à falência da sociedade promotora, a Birchview, que se tornou num dos maiores devedores do banco.
O negócio arrancou em 2007 quando a CGD era liderada por Carlos Santos Ferreira e tinha Armando Vara como administrador. Nessa altura, “a Direcção-Geral de Risco (DGR) do banco emitiu um parecer no pressuposto de que o banco iria financiar apenas 50% do projecto, o que não viria a acontecer, pois acabou por assumir 100%“, destaca o Negócios.
A Birchview acabou por cair em insolvência sem que o empreendimento visse a luz do dia, deixando na CGD créditos por pagar da ordem dos 307 milhões de euros, conforme aponta a mesma publicação.
O projecto The Keys acabou por ser colocado à venda em Agosto passado por 110 milhões de euros. Mas só foi vendido 3 meses depois à gestora de activos brasileira SPX por 95,4 milhões.
O valor da venda foi “quase todo” para a CGD, para pagar os créditos em falta, segundo salienta ainda o Negócios. Portanto, “os 18 investidores que realizaram contratos-promessa de compra e venda de moradias neste complexo não recuperaram o investimento“, acrescenta o jornal.
É neste âmbito que surge a acção judicial interposta pelos três apresentadores britânicos contra a CGD. McPartlin, Donnelly e Schofield já ganharam na primeira instância, mas a CGD recorreu ao Tribunal da Relação e voltou a perder, segundo a mesma fonte.
Assim, resta agora o Supremo Tribunal de Justiça como a última esperança da CGD.
Entretanto, o Negócios apurou que os accionistas da sociedade promotora do empreendimento, a Birchview, estão contra a venda à SPX. A Birchview já perdeu uma acção na primeira instância, mas recorreu para o Tribunal da Relação, aponta o jornal.
Do pouco que entendo disto acho que a responsável é a Birchview e não a CGD.